A pouco mais de um mês para o Natal, as 160 crianças do coral HSBC já ensaiam para comandar as apresentações no Palácio Avenida, em Curitiba, que começam no dia 1.º de dezembro. Este ano serão treze apresentações, duas a mais que no ano passado, encerrando o ciclo dos temas escolhidos dentro do projeto Declaração dos desejos das crianças, que elegeu seis palavras-tema em 2000, manifestando o que os próprios cantores esperavam do novo milênio. O último, música, trará o espetáculo intitulado Pro mundo cantar feliz e promoverá uma reflexão sobre a essência do coro, que é um dos cartões-postais mais famosos da cidade.
As apresentações do coral virão com algumas novidades este ano. Após a estréia – tradicionalmente realizada em uma sexta-feira – o coral cantará um dia a mais na semana, de quarta-feira a domingo, até o dia 17 de dezembro. O ator convidado a participar das apresentações nesta edição é Marcos Frota. Seu papel no espetáculo, segundo o diretor Leonardo Kehdi, se dará no sentido de ?amarrar? as cenas. ?É como se fosse um mestre de cerimônias?, define. Além disso, quatro solistas entrarão em cena este ano: Adélia Issa, soprano de destaque na cena lírica brasileira; o acordeonista Alessandro Kramer, finalista do Prêmio Visa 2004; e os percussionistas Guelo e Bré, que tocam com grandes nomes da MPB.
?Além da tradicional presença do ator, resolvemos trazer os solistas para contar parte da história. E eles não só cantam, mas também atuam, interagindo com as crianças no palco e dando um abrilhantamento ao coro?, adianta o diretor. Da voz, que remete ao elemento divino, à sanfona, que introduz o popular, o espetáculo deve primar pela abertura à participação do público, reproduzindo com a percussão as batidas do coração e cativando, assim, o aspecto emocional. ?Será um espetáculo mais comunicativo e preocupado em lidar com a platéia que com o tema em si.?
A respeito da história a ser contada, Leonardo dá apenas um breve resumo. ?É sobre um grupo de crianças que encontra na música uma maneira de realizar seus desejos por um mundo mais feliz.? Por isso mesmo, os temas que regeram o coro nos anos anteriores – amor, amizade, paz e união, meio ambiente e brincadeira – serão retomados ao longo das apresentações, mas de maneira implícita. ?A música ficou por último porque remete à essência do espetáculo. Mais que falar da música, a gente fala através dela. E a história que vamos contar é justamente a dessas crianças que fazem parte do coral?, resume Kehdi.
Prova disso é o entusiasmo que elas demonstram já nos ensaios, regendo com seus sonhos as apresentações. As gêmeas Jéssica e Joyce Vergílio, de dez anos, participam pela segunda vez do coral de Natal.
O que mais gostam de fazer? ?Cantar?, respondem em coro. ?Sempre canto em frente ao espelho?, confessa Joyce. Ao que complementa a irmã: ?Gosto de participar porque a gente aprende música e consegue se soltar também?. Apesar da disciplina que elas mesmas afirmam ter nos ensaios – e do frio na barriga na hora em que as janelas são abertas – cantar para essa turminha é uma realização. ?No começo dá vergonha, mas depois a gente vai se soltando e quando termina, quer mais?, diz Gabriela Guedes, de doze anos, ansiosa por mais uma vez cantar o Natal de Curitiba.
