Entre os diversos avanços da Medicina, um dos mais impressionantes diz respeito à existência de corações artificiais. Os equipamentos, dotados de alta tecnologia, são recursos considerados bastante eficientes na manutenção da vida de pacientes que necessitam de transplante cardíaco.
Hoje e amanhã, a utilização de corações artificiais será o tema principal em debate no I Simpósio Paranaense de Assistência Circulatória e Transplante Cardíaco, que acontece no Instituto de Neurologia e Cardiologia de Curitiba.
“Nos Estados Unidos, a técnica de implantação de corações artificiais já é utilizada há cerca de doze anos. No Brasil, os equipamentos só começaram a ser importados há três anos”, comenta o cirurgião cardiovascular e integrante do Instituto, Sérgio Augusto Veiga Lopes.
Os corações artificiais são capazes de manter a vida de pacientes com falência ou insuficiência cardíaca até que eles possam passar por transplante. Os equipamentos são recomendados, por exemplo, a vítimas de infarto agudo do miocárdio que apresentem choque cardiogênico, que faz com que o coração perca a função de bombear o sangue. “Cerca de 8% dos pacientes com infarto têm choque cardiogênico”, esclarece o cirurgião.
Tipos
No Brasil, são utilizados dois tipos de corações artificiais. O pulsátil, que é implantado do lado do corpo do paciente e mantém a função do coração por aproximadamente três meses; e outro de tecnologia alemã, que é totalmente implantável e pode ser utilizado por vários anos.
“Há relatos de pacientes utilizando este coração de tecnologia alemã por seis anos”, diz Lopes. O custo dos equipamentos é bastante variável, podendo ir de R$ 15 mil a R$ 400 mil, dependendo da tecnologia empregada.
Mesmo os mais simples ainda são considerados pouco acessíveis à grande maioria da população brasileira e ao Sistema Único de Saúde (SUS), que ainda não fornece os equipamentos à população.
“Alguns médicos já estão conversando com o governo federal para que corações artificiais sejam disponibilizados pelo SUS, sendo que a tecnologia anda de braços dados com o transplante cardíaco. Esperamos que isso possa se tornar possível em breve, mas por enquanto os custos ainda são muito altos”, diz Sérgio.