Por quase R$ 2,395 bilhões, o fundo de investimentos paulista Bordeaux Fundo de Investimento e Participações Multiestratégia arrematou a última estatal brasileira de telecomunicações na tarde desta segunda-feira (9), em leilão realizado na B3, a bolsa de valores oficial do Brasil. A privatização da Copel Telecom marca um novo ciclo para a empresa, que é uma das mais bem avaliadas no país, mas viu seu domínio de mercado cair substancialmente nos últimos anos.
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O valor superou em quase R$ 1 bilhão o lance mínimo estipulado pela agora ex-estatal. A Bordeaux superou as ofertas de três outros grupos: a Algar Soluções em Tic, com quem protagonizou uma troca de lances até vencer a disputa; o Consórcio Calgary e o Consórcio Economia Real Telecomunicações. Com isso, o fundo assumirá a totalidade das ações da empresa paranaense.
Recentemente, o mesmo Bordeaux arrematou outra telecom paranaense: a Sercomtel. O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), e o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero, acompanharam o leilão.
A Copel Telecom
Pertencente à Copel, companhia de energia elétrica do Paraná, a Copel Telecom chegou a dominar 67% das telecomunicações via fibra ótica no estado, onde atua com exclusividade. A empresa viu esse domínio cair para atuais 21,9% com o acirramento da disputa desse mercado. Ela ainda está bem à frente da Vivo, no entanto, que detém 12% do mercado paranaense.
A necessidade de constantes investimentos altos foi fator decisivo para que a Copel e o governo do Paraná optassem pela privatização da Copel Telecom. De 2009 a 2018, por exemplo, houve necessidade de R$ 1,26 bilhão em investimento.
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Por outro lado, a telecom se mantém como um bom negócio. Com 200 mil clientes e capacidade técnica de atender nos 399 municípios do estado, a empresa teve receita crescente nos últimos anos. Em 2019, a receita líquida da empresa foi de R$ 410 milhões – como comparativo, em 2016, esse valor era de R$ 323 milhões. De acordo com a empresa, a base de clientes pode subir a um milhão de residências com o novo comprador.