Foto: Fábio Alexandre |
Construção fica entre condomínios no bairro da capital. |
Mesmo morando em um dos bairros mais valorizados de Curitiba, habitantes de uma rua do bairro Cabral têm de conviver diariamente com medo da ação de vândalos, assaltantes e com a sujeira acumulada em uma construção que há mais de treze anos está em estado de total abandono. O último caso foi uma ameaça de estupro relatada pela vizinhança. Quem mora ou tem comércio no local garante que medidas paliativas não dão conta de resolver o problema: eles querem que uma solução definitiva seja tomada.
A construção, que era tocada pela Encol, parou junto com o decreto de falência da empresa, em 1994. Só que, para o prédio em questão, que fica na esquina entre as ruas São Pedro e Belém, nas proximidades do terminal do Cabral, não houve qualquer iniciativa de continuidade das obras. Desde então, o local serve de mocó, gerando medo e desconforto à vizinhança.
As reclamações junto à Prefeitura são várias. A última foi atendida em março, quando uma limpeza no terreno removeu cerca de 8 toneladas de lixo e colocou um tapume cercando a área, contam os moradores. ?Agora, já abriram uma porta para entrar?, diz a estudante Flávia Perna, moradora do prédio vizinho. Ela lembra do susto vivido recentemente, quando uma prima que chegava para visitá-la ouviu gritos. ?Eram de uma menina que saiu correndo da construção. Chocada, ela disse apenas que um homem havia tentado estuprá-la?.
Foto: Fábio Alexandre |
Geraldo: ?Fico com medo?. |
Foto: Fábio Alexandre |
Flávia: ?Alguns gritos?. |
Outro fator preocupante são os assaltos. O comerciante Geraldo Breda, que tem uma panificadora nas proximidades, conta que leva até prejuízo com medo que os roubos, constantes na rua, atinjam seu estabelecimento. ?Teve uma vez que onze meninos de rua saíram dali e pediram comida na minha padaria. Não tenho como negar porque fico com medo?, conta.
A gerente do departamento de Fiscalização da Secretaria Municipal de Urbanismo, Rosana Azevedo, afirma que a Prefeitura tem feito ao longo destes anos o que pode para amenizar o problema. ?Há denúncias desde 1999. Administrativamente, a Prefeitura já fez o que tinha que fazer?, explica. Além disso, a administração municipal entrou na Justiça contra a massa falida da empreiteira há quase sete anos reivindicando que tomasse providências sobre todas as 16 obras inacabadas deixadas em Curitiba. ?Este processo – que corre na 2.ª Vara da Fazenda Pública de Falências e Concordatas – ainda tramita?, ressalta.