Convênio para servidores no Hospital da PM continuará

Policiais militares e bombeiros estão insatisfeitos com o atendimento prestado no Hospital da Polícia Militar, em Curitiba. O resultado apareceu em um levantamento realizado pela Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai), uma das entidades que representa a categoria. A enquete contou com a participação de mil policiais e bombeiros, segundo a Amai. A maioria dos votantes também é contra o atendimento dos servidores públicos civis no hospital, por meio do convênio firmado para o Sistema de Atendimento à Saúde (SAS), do governo do Estado. Apesar das reclamações, a parceria será prorrogada.

Conforme a Amai, 47% dos participantes do levantamento definem como péssimo o estágio evolutivo da assistência médica hospitalar de policiais militares e bombeiros. Para 87%, o atendimento piorou após a ampliação do serviço para o restante dos servidores. A Amai ainda divulgou que 94% são contra a manutenção do convênio com o SAS. Há reclamações sobre a falta de médicos, a lotação do hospital e a dificuldade de marcação de consultas. Os dados estão postados em um blog dentro do site da associação (amai.org.br).

“Nós já esperávamos um grau de descontentamento, mas surpreendeu a quantidade. A maioria quer que os servidores civis vão embora. Houve prejuízo para um atendimento que já era ruim”, afirma o coronel Elizeo Furquim, presidente da Amai. De acordo com ele, o atual sistema em que funciona o Hospital da Polícia Militar precisaria de uma análise real. O contrato do convênio para o SAS encerra no dia 28 de abril. “Não somos contra os servidores civis. Piorou para todos. E a situação não passa apenas por recursos”, opina Furquim.

O governo do Estado divulgou, por meio da Agência Estadual de Notícias, no dia 26 de outubro do ano passado, que 118 mil beneficiários civis do SAS – da macrorregião de Curitiba, com 36 municípios – seriam atendidos no Hospital da Polícia Militar. O repasse mensal chegaria aos R$ 3,2 milhões para a fundação mantenedora do hospital. Paralelamente, o governo daria continuidade ao processo de licitação para a contratação emergencial de um novo prestador de serviços para o SAS em Curitiba. Antes, o hospital já atendia cerca de 40 mil policiais militares, bombeiros militares e seus dependentes.

Governo e PM contestam enquete

O superintendente do SAS, José Fernando Macedo, alega que a enquete não tem critérios técnicos nem representatividade entre todos os pacientes do hospital. “Como é possível estarem insatisfeitos se o hospital recebia apenas R$ 700 mil e agora recebe mais R$ 3,2 milhões? São R$ 3,9 milhões para um hospital que não tem finalidade lucrativa”, questiona, citando melhorias no atendimento e no agendamento de consultas. Ele revela que já está sendo estudado um novo modelo de gestão do convênio com o Hospital da Polícia Militar, que será prorrogado no fim do mês por mais um ano.

O subcomandante-geral da PM, coronel Cesar Alberto Souza, também critica o levantamento. “Quem são as mil pessoas que responderam a enquete? A Amai é contrária ao convênio e já afirmou que faria de tudo para prejudicar a parceria. Esta enquete só representa a opinião das pessoas que participam da associação.” Ele conta que com o convênio, a ocupação dos 110 leitos disponíveis passou de 17 para 70 e o quadro de funcionários também aumentou. Foram contratados 142 profissionais, além de dois plantonistas. Outra melhoria apontada é que os recursos também devem ser investidos no interior do Estado. A partir de segunda-feira, a administração do hospital vai iniciar uma pesquisa de satisfação com seus pacientes. O objetivo é identificar os problemas no atendimento e verificar o que melhorou a partir d,o convênio.

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