Na Assembléia geral de ontem, eles
marcaram o início da greve.

Funcionários do Hospital de Clínicas de Curitiba, contratados pela Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Cultura da UFPR (Funpar), devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 22. A decisão foi tomada ontem, em assembléia geral da categoria, no anexo B do HC, em Curitiba.

Na próxima quarta-feira, os funcionários, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do 3.º Grau Público de Curitiba e Região Metropolitana (Sinditest), vão realizar uma nova assembléia para eleger a comissão de greve.

Segundo o presidente do Sinditest, Antônio Néris, se a Funpar não atender as reivindicações da categoria ou pelo menos se mostrar aberta a negociações até o próximo dia 22, apenas 30% dos 1,3 mil funcionários continuarão em atividade, como manda a lei para serviços essenciais. “Se entrarmos em greve, o número de internações e atendimentos serão reduzidos. Apenas o pronto-atendimento e o setor de cirurgias de emergência continuarão a funcionar”, diz o presidente.

As principais reivindicações dos funcionários são: recomposição salarial de 18,75% -que corresponde a 100% do INPC de 2002 -, reajuste de 26% no vale alimentação, pagamento de hora-extra em 100% e manutenção da carga horária de trabalho de 30 horas semanais. “Trabalho de segunda à sexta-feira e ainda faço uma série de horas-extras nos finais de semana. Muitas vezes, trabalho o dia todo no sábado e no domingo e não sou remunerada por isso. Em troca, pego apenas um dia de folga durante a semana”, conta a auxiliar de enfermagem Celita Bastiani, que recebe cerca de R$ 680 por mês. “Há muitas coisas que precisam ser melhoradas. Eu e muitos outros funcionários do HC estamos bastante cansados e desmotivados. Atendemos pacientes em estado bastante grave, convivemos com muito estresse e não somos recompensados por isso.”

Os funcionários do HC dizem que os representantes da Funpar têm se mostrado fechados a negociações e, na última quinta-feira, não compareceram a uma reunião agendada com a categoria. Após o término da assembléia de ontem, os funcionários ocuparam por alguns minutos o gabinete do diretor-geral do HC, Giovani Lodo. O objetivo era fazer pressão para que as negociações tivessem início.

Reitoria

O reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, declara que a Funpar está disposta a negociar com os funcionários, mas exige que tudo seja feito como manda a legislação. “Os funcionários ainda não passaram os nomes de seus representantes na mesa de negociações, na qual acreditamos que estejam incluídas pessoas que não representam os funcionários da Funpar no HC e sim outras categorias de funcionários”, afirma.

De acordo com Moreira Júnior, se a greve realmente acontecer, algumas áreas do hospital ficarão comprometidas, mas a entidade continuará funcionando normalmente.

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