Contrabandistas de cigarros elegem novas rotas de fuga

Com a intensificação da fiscalização de produtos contrabandeados na fronteira do Brasil com o Paraguai, os cigarros falsificados estão entrando no País por três novos lugares: pelo lago de Itaipu e pelas cidades de Guaíra (PR) e Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul. A constatação é da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), que chegou à conclusão ainda que a queda no número de apreensões do produto em 2006 no Paraná se deve a essa migração da criminalidade.  

De acordo com o diretor da ABCF, Rodolpho Ramazzini, fazendo uma projeção, se considerar as apreensões que seriam feitas na fronteira do Brasil com o Paraguai neste ano, o aumento no número de cigarros ilegais apreendidos no Estado seria de 30%, comparando com 2005.

Para se ter uma idéia do impacto da mudança de rotas, em 2006 foram apreendidos 90 mil maços de cigarros no comércio varejista do Paraná e outros 6 milhões nas estradas, enquanto que no ano passado foram apreendidos 150 milhões de maços no Estado, incluindo justamente a cidade de Foz do Iguaçu. Ramazzini explica que está se tentando incrementar a fiscalização nas novas rotas e ainda descobrir outras possíveis. ?É preciso aumentar o número de fiscais nesses locais. Como foi criada a Receita (Federal) inteligente na fronteira, os contrabandistas mudaram o trajeto?, comenta.

O Paraná, além de ser a principal porta de entrada de cigarros falsificados no País por conta da proximidade com o Paraguai, ocupa o terceiro lugar no Brasil em venda e consumo desse tipo de produto – perde apenas para São Paulo e Rio de Janeiro.

Mas para Ramazzini, um fator preocupante é que enquanto nos outros estados esse comércio ilegal é feito principalmente por ambulantes, no Paraná vendem-se cigarros falsificados em mercados de tamanho médio de bairros, bares e mercearias legalizadas. Além de Curitiba, cidades da Região Metropolitana são focos de ações periódicas da associação, principalmente Colombo, Fazenda Rio Grande, São José dos Pinhais, Itaperuçu e Rio Branco do Sul. Segundo Ramazzini, Maringá e Londrina são duas cidades onde se fazem muitas apreensões também.

A preocupação da ABCF não é somente com os prejuízos que a indústria ou o Estado têm com esse tipo de comércio. O maior problema, segundo Ramazzini, é a conseqüência que um produto de baixíssima qualidade irá trazer ao consumidor. ?O cigarro falsificado contém substâncias cancerígenas proibidas no Brasil desde a década de 70 e também possui seis vezes mais alcatrão do que o permitido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)?, alerta.

Serviço:

Denúncias sobre cigarros falsificados podem ser feitas pelo telefone (11) 3106-5149 ou pelo e-mail: denuncia@abcf.org.br. 

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