Em um novo capítulo da briga entre taxistas e Uber, a categoria organizou para a manhã desta quinta-feira (07) um protesto em que o objetivo principal é entregar ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos casos da Operação Lava Jato, um dossiê com argumentos jurídicos e econômicos contra a multinacional de mobilidade. O documento, que teria 300 páginas e teria sido produzido por advogados e assessores de empresas de táxi do país e organizado pelo vereador de São Paulo Adilson Amadeo (PTB), estaria recheado de denúncias de crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas contra o Uber.

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Nesta manhã os taxistas já estavam se concentrando nas proximidades do Aeroporto Afonso Pena. Eles devem partir do local rumo à Justiça Federal. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a orientação é que os motoristas evitem a Avenida das Torres nesta manhã, já que este será o caminho feito durante o protesto com carro de som e taxistas de diversas cidades.

Comissão

Marcelo Araújo, advogado especialista em trânsito, ex-presidente da Comissão de Trânsito da OAB-PR – a comissão está inoperante no momento, mas deve ser reinstalada pela entidade– e que agora se diz oficialmente porta-voz dos taxistas em Curitiba disse que a categoria reconhece que o ato na Justiça Federal é mais do que tudo simbólico. “Temos a consciência de que a discussão jurídica não envolve a justiça federal. O juiz Sérgio Moro, inclusive, não tem qualquer competência natural do que está se discutindo. Mas [o ato] é mais por conta da simbologia e principalmente porque o foco do Moro é na questão da legalidade. É isso que estamos discutindo. Não estamos discutindo qualidade, se serve água mineral ou docinho”, afirmou o advogado, que é crítico ferrenho das medidas de trânsito tomadas pela gestão de Gustavo Fruet.

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Segundo Araújo, o documento será entregue lacrado a Moro. “Assumimos um compromisso de que não haverá inclinação partidária nesse movimento. É um compromisso que ele [Moro] nos pediu”. De acordo com o advogado, porém, Moro ainda não decidiu se receberá os taxistas ou não. “Temos que ter noção de que o juiz tem condições de segurança que precisam ser avaliadas. Mas há uma sinalização de que ele nos receberá.