A cidade de Contenda, na Região Metropolitana de Curitiba, está testando um novo tipo de pavimentação, que chega a custar um quinto do asfalto convencional. Um composto de enzimas é misturado ao solo aumentando sua compactação, deixando-o impermeável. O resultado é semelhante ao concreto. Ontem foi inaugurado um trecho de 600 metros em uma rua de tráfego pesado, e, se a idéia der certo, outras ruas das cidade vão ganhar o revestimento.

Segundo o prefeito Wilson Baumel Piel, a intenção é baratear a pavimentação. Ele comenta que são necessários R$ 60 mil para pavimentar com o asfalto tradicional o mesmo trecho onde foram gastos apenas R$ 15 mil. “As pessoas sofrem com o pó e a lama. Vamos acabar com o problema”, comenta o prefeito.

A tecnologia foi patenteada pela Cypher Internacional e desenvolvida no País pela Cypher Brasil. O engenheiro da empresa, Anderson Sabbag, afirma que a cidade de Contenda é a primeira do Brasil a receber esse tipo de revestimento, que já é usado em 80 países. As enzimas são misturadas à água dentro de um caminhão-tanque que depois é misturada ao solo, que em seguida é compactado. Depois disso, o pavimento está pronto, mas pode-se jogar uma camada asfáltica por cima.

Anderson afirma que a tecnologia pode ser usada para construir rodovias. “Em uma rodovia normal, geralmente a camada asfáltica tem de 7,5 a 10 cm. Com a base feita com esta tecnologia pode-se reduzir para 1,6 cm”, compara. Cerca de 30 a 35 litros da substância, que é importada, é suficiente para um quilômetro de estrada. O diretor geral da Cypher Brasil, Edward John Kusztra, afirma que a pavimentação feita com o produto é 12 anos superior aos tradicionais e tem resistência ao alto tráfego.

O tempo gasto nas obras também é reduzido. Foram apenas dois dias de atividades para pavimentar o trecho. Após as máquinas terminarem o trabalho, a estrada já pode ser liberada. Segundo Wilson, o mesmo trecho consumiria pelo menos 10 dias se fosse feito com os materiais tradicionais.

Em um mês, o prefeito de Contenda pretende ter avaliado a nova tecnologia. Ela vai ajudar a garantir o escoamento da safra do município, que tem como principal produto a batata, seguida do feijão e milho. Representantes de outras cidades também estão de olho na pavimentação alternativa. O engenheiro civil da prefeitura da Lapa, Antônio Carlos Pasdiora, explica que eles querem começar a usar o produto para revestir as ruas da zona urbana da cidade, e mais tarde estender para a zona rural.

O superintendente regional da OnG Instituto Nacional do Meio Ambiente, André Luiís L. de Alcântara, afirma que testes realizados em universidades canadenses comprovaram que a substância misturada ao solo é biodegradável. Em pouco tempo ela desaparece do meio ambiente sem causar nenhum dano. O mesmo princípio tem sido usado na fabricação de tijolos ecológicos.

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