O Paraná é o terceiro Estado brasileiro que mais consome agrotóxicos, segundo o relatório Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, do IBGE. Foram 25,8 mil toneladas de agrotóxicos em 2005, ano citado pelo estudo.

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Quanto ao consumo por hectare, a posição do Paraná cai para o nono lugar. São 2,7 quilos de agrotóxico por hectare por ano. No entanto, a diferença é explicada pelo tipo de cultura.

Uma plantação de tomate, por exemplo, pode consumir vinte quilos de agrotóxicos por hectares por ano. A aplicação na soja chega a dois quilos, nos mesmos parâmetros.

O IBGE destaca que os agrotóxicos podem ter efeitos persistentes no solo, na água, no ar e na saúde humana. “O Paraná vem reduzindo gradativamente este consumo, aprimorando as técnicas de produção e investindo em ações de conservação ambiental. E ainda é um dos campeões de recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos. Chegamos a quatro mil toneladas por ano. Tudo isto é reflexo, não somente de ações governamentais, mas da consciência do próprio produtor e do apoio da indústria de embalagens”, comenta o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jorge Augusto Callado Afonso.

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O estudo do IBGE ainda mostra que o Paraná foi o quarto Estado que mais desmatou áreas de Mata Atlântica entre 2000 e 2008. Sumiram 99 quilômetros quadrados de floresta neste período em todo o Estado. A área remanescente no Paraná chega 19.337 quilômetros quadrados.

O Paraná se destacou na preservação da restinga, vegetação típica das praias. Entre 2005 e 2008, a área extinta atingiu 110 quilômetros quadrados. Mas a quantidade é pequena em relação a outros estados, como Santa Catarina, que danificou 1.569 quilômetros quadrados de restinga no mesmo período.

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“Antes, o órgão ambiental era criticado por multar quem estacionava em cima da restinga. Hoje, vimos que a conscientização da população mais a ação governamental tem gerado resultados positivos. E não é apenas coisa da Operação Viva o Verão”, afirma Callado Afonso.

Para o professor Carlos Magno Bittencourt, diretor do curso de Ciências Econômicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, o desenvolvimento sustentável deixou de ser apenas mais um assunto em voga para realmente se tornar um caminho único.

Ele acredita que os pilares do social, da economia e do ambiental – além do novo ingrediente da política – estão interconectados. Um exemplo disto é o estabelecimento por parte da Organização das Nações Unidos dos 8 Objetivos do Milênio. “Todo mundo quer crescer. Mas a que custo?”, questiona.

Calor

O Paraná registrou, em 2009, 1.090 focos de incêndios florestais e queimadas no Estado. O índice paranaense está bem acima dos registrados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que apontaram 171 e 204, respectivamente. A média nacional é de 69.702.

“Trata-se de uma diferença muito grande, mas que se explica por conta da cultura da cana no Paraná, o que praticamente não existe nos outros estados do Sul”, explica Luis Alceu Paganotto, analista do IBGE no Paraná.

Desigualdade

A desigualdade de renda no Paraná está pouco melhor que a registrada em todo o Brasil. Segundo o IBGE, o índice Gini paranaense, que aponta o grau de concentração e distribuição de renda, é de 0,507, enquanto o nacional é de 0,531 (quanto mais próximo de um maior a desigualdade).