No início desta semana, a prefeitura de Curitiba iniciou uma série de reuniões de consultas públicas para a discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano de 2015. Esses encontros têm como objetivo principal estabelecer as principais metas para a administração pública para o ano que vem, por meio de sugestões apontadas pela população. No entanto, apesar de ser um instrumento importante para definir prioridades nas ações do governo municipal e acontecerem anualmente, as consultas ainda são desconhecidas por grande parte dos moradores da capital.
Dona Terezinha Gowda é presidente da Associação dos Moradores do Uberaba e não estava sabendo da reunião que vai acontecer na próxima segunda-feira na Regional Cajuru. “Nós da associação participamos de diversas reuniões, mas desse encontro sobre a LDO eu não tava sabendo. Agora que fiquei, com certeza eu vou. Temos muitas coisas para pedir à prefeitura”, diz.
A aposentada afirma que poucos vizinhos se envolvem com os problemas e demandas do bairro. “Apenas os moradores mais engajados vão. É uma pena, porque quanto mais sugestões e ideias, melhor”, reclama.
Atila Alberti |
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Melhoria no atendimento dos postos de saúde é uma das principais reivindicações dos moradores do bairro. |
Para o encontro de segunda, Dona Terezinha pretende sugerir a revitalização do asfalto das ruas por onde o ônibus da linha Jardim Centauro passa. “Estamos cansados de antipó. Queremos um pavimento novo e que dure. Os ônibus são pesados e acabam com qualquer piso. Quando chove é uma tristeza”, lamenta a líder comunitária.
Em outro ponto do Cajuru, na Rua Professor Nivaldo Braga, o padeiro Jovenilson Magalhães disse à Tribuna que nunca ouviu falar dessas reuniões, mas espera que as sugestões sejam colocadas em prática. “Nesses encontros, muito se diz e muito se promete e as vezes as promessas ficam da boca pra fora. O que eu espero é que se analisem bem as necessidades dos bairros e coloquem de fato a mão na massa”, ressalta.
Na Vila Centenário, também no Cajuru, a presidente da associação de moradores da região, Marlene Prestes, afirma que as reuniões de discussão da LDO são uma oportunidade para as comunidades apresentarem suas reais necessidades. “Sempre procuramos convidar o máximo de pessoas do bairro para participar. Muita gente não vai, mas não podemos desistir”, diz Dona Marlene, que já preparou as reivindicações para apresentar na reunião da semana que vem. “Tem que melhorar algumas áreas de lazer e dar uma reforçada no atendimento dos postos de saúde”, conclui.
Segundo o secretario municipal de Relações com a Comunidade, Caíque Ferrante, a prefeitura trabalha para que o máximo de pessoas possível tenha o conhecimento das reuniões sobre a LDO. “Reforçamos junto às regionais para que entrem em contato com as lideranças comunitárias convidem os moradores de suas respectivas regiões para sugerir suas demandas e necessidades”, afirma.
Formato novo
Em 2014, a prefeitura de Curitiba organizou um formato novo para os encontros em relação ao ano passado, quando as audiências eram temáticas. “As reuniões acontecem nas regionais, onde recebemos sugestões dos mais variados temas no mesmo espaço, que foi dividido em oito grupos, com representantes de todas as secretarias. Têm espaços definidos para saúde, educação, habitação, ação social, cultura, esporte, lazer e juventude, trabalho e turismo, e estrutura da cidade”, explica. &ld,quo;É um formato que aproxima os cidadãos da prefeitura”, conclui Ferrante.