Desde que se mudou e assumiu o cargo de síndico do Condomínio Spazio Castelli, Fábio Arantes Borgui, 32, se deparou com situações inesperadas, mas que são comuns a diversos clientes da construtora MRV. De acordo com ele, a falta de assistência da empresa para atender e resolver problemas que vão surgindo conforme o prédio é utilizado está dando um prejuízo que já chega perto de R$ 10 mil.

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A lista de reclamações é extensa: vazamentos, infiltrações, pintura mal feita, muros quebrados, portas mal instaladas, sistema elétrico que não funciona para a iluminação dos jardins e falta de acabamento nos apartamentos e áreas comuns.

Além disso, os medidores de gás estão expostos na entrada dos corredores e a fiação de telefone e tevê chega com dificuldade aos apartamentos por causa das passagens obstruídas. Os chamados para solicitar os reparos foram abertos há meses, mas ainda não foram respondidos pela construtora. “Temos uns 15 chamados abertos”, reclama Borgui.

O síndico diz que o caso mais grave aconteceu quando a rede de esgoto entupiu e transbordou pela área comum do prédio. Ao solicitar o serviço de emergência prestado por uma desentupidora com o acordo de que a MRV pagaria a conta ele descobriu que a causa do problema eram restos de construção jogados na tubulação, como garrafas pet, pedras e entulho da obra.

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“A limpeza custou R$ 8 mil. Combinei com a empresa que iria mandar a nota para a MRV pagar, pois o condomínio não tem esse dinheiro, mas a MRV diz que não vai pagar, fica enrolando, pedindo fotos e relatórios”, conta o síndico.

Indignado

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Outro gasto extra foi o conserto dos portões da garagem, que foi entregue com os fios expostos, sem rolamento e ficou sem funcionar por um bom tempo.

O reparo custou quase R$ 2 mil. “Fico indignado com isso. Só quero o que é nosso direito e ficam enrolando. Não sei se eles subestimam a inteligência dos moradores, mas meu papel aqui é cuidar do que é do morador”, lamenta. “O problema não é ter o problema, mas é conseguir resolver o problema”.

Empresa tem histórico de broncas

O problema de Borgui não é um caso isolado. No ano passado o Paraná Online mostrou a situação de alguns moradores de outros empreendimentos da construtora que ficaram descontentes com as condições dos apartamentos entregues ou que sofreram com o atraso para receber as chaves do apartamento.

A reportagem também já esteve no próprio Spazio Castelli, onde conferiu o vazamento de gás denunciado pelo morador Thiago Rizzatti de Marchi.

Outro lado

Em nota, a MRV informou que “todas as solicitações de assistência técnica realizadas pelos moradores do empreendimento estão sendo realizadas dentro do prazo acordado, à medida que os chamados são criados”.

“Neste momento, todos os pedidos deste residencial estão dentro do prazo de atendimento”, diz o documento.

Além disso, a construtora se compromete a “avaliar as questões reportadas junto ao síndico e analisar a melhor forma de solução”.