A falta de condições emocionais gerada pela ausência de 25 questões no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), aplicado no domingo passado, custou a reprovação da candidata James Andreoli.
Ela fez a prova em Londrina, norte do Paraná, e constatou que as questões 17 a 27 não estavam impressas em seu caderno de prova. Como se isso não bastasse, o erro foi verificado novamente entre as questões 75 e 90.
Por conta disso, ela pretende processar a OAB-PR e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela elaboração do exame. Para ela, a situação enfrentada representa um completo descaso das duas instituições com os candidatos.
“Segui todas as regras presentes no edital, investi muito nos estudos e ainda tive que enfrentar uma situação dessa. É um completo descaso”, diz. Por conta do erro de impressão, Andreoli foi retirada da sala com o caderno de provas e levada para outro ambiente, onde aguardou até às 16h30. “Fiquei todo esse tempo na sala chorando e brigado com o coordenador. Depois desse horário recebi outra prova e um tempo extra para fazer a prova, o que não aceitei”, diz.
Andreoli conta que não aceitou fazer a prova por falta de condições emocionais. “O exame exige conhecimento, calma e ambiente tranquilo, o que definitivamente não presenciei no domingo. Foi uma grande palhaçada”, diz.
Mesmo com os problemas enfrentados, Andreoli afirma que, “segundo gabaritos não oficiais, acertei 45 questões da prova. Se não tivesse enfrentado esses problemas teria acertado com tranquilidade pelo menos 50% da prova”, diz. De acordo com ela, outras duas candidatas da mesma sala reclamaram de problemas de impressão.
Segundo Mariléia dos Santos, advogada de Andreoli, serão tomadas as medidas jurídicas cabíveis para o momento. “Foi um desrespeito ao princípio da isonomia. Por isso vamos pedir a anulação da prova ou conseguir aprovação das questões ausentes no exame dela”, afirma.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a seção Paraná da OAB afirmou que reconhece o problema de impressão da prova de Andreoli. Segundo o órgão, porém, todas as providências cabíveis para o momento foram tomadas, inclusive a substituição da prova e disponibilidade de tempo extra para a conclusão do exame, o que não foi aproveitado pela candidata, segundo a OAB.
O órgão afirmou ainda que pediu mais informações à FGV sobre esse caso, bem como todo o processo do exame aplicado no final de semana. A reportagem questionou a FGV sobre os problemas de impressão e a falta de preparo dos fiscais envolvidos no caso, mas não obteve resposta.
