Conselho relata escalada do crime

O Conselho de Segurança Pública e de Defesa Social de São José dos Pinhais elaborou, ao término do 1.º Seminário de Segurança Pública do município, no início do mês passado, um carta em que relata, entre outras questões, o crescimento da marginalidade na Grande Curitiba e a lentidão de medidas sociais. Em 1990, quando foi instalado o 17.º Batalhão da PM, que desde então é responsável pela segurança preventiva e ostensiva da região, a previsão era de um efetivo de 1.200 homens para atender quinze municípios. Hoje, apesar do aumento populacional, o número de PMs lotados na corporação é de seiscentos homens para atender a 22 municípios.

Conforme a carta, somente em São José dos Pinhais, acontecem em média de 3 a 40 ocorrência/dia para serem atendidas por três viaturas. Mas os problemas não estão apenas com a PM. “A estrutura da Polícia Civil não acompanhou o desenvolvimento do município”, diz o texto. Apesar de ter sido reformada e ampliada, a obra da delegacia regional está apresentando rachaduras. Além disso, a denúncia é que há apenas um delegado regional, sem adjuntos e faltam investigadores e escrivães.

Mesmo como o processo de informatização que vem sendo divulgado pela Secretaria de Segurança Pública, os boletins de ocorrência ainda são datilografados. “De uns tempos para cá, as fugas têm sido uma constante.”

A falta de unidade para os adolescentes infratores também é citada na carta. E o que se questiona no documento não é a competência dos delegados ou profissionais, mas a falta de pessoal. Além disso, é denunciada a demora no atendimento do telefone 190. E ainda, de acordo com o documento, a falta de ronda e policiamento contribuem para aumento da marginalidade.

Nas considerações finais, a carta ressalta que não adianta investir em carros novos se não houver valorização do policial, civil ou militar. “Os salários vergonhosos, falta de assistência em todos os níveis, locais de trabalho parecem mais uma pocilga do que com delegacias.”

Do governo do Estado é cobrada a desativação da cadeia da atual Delegacia Regional, removendo os presos para unidade própria, como prevê lei penal, imediata lotação dos policiais civis em número suficientes para atender os trabalhos de rotina, implantação de regime especial para dar andamento aos milhares de inquéritos policiais paralisados pela falta de pessoal, modernização e funcionalidade do atendimento aos registros de ocorrências, urgente criação de unidade para atender adolescentes infratores e convênios com instituições para adolescentes em situação de risco e abandono, entre outras medidas.

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