Nas escolas municipais de Curitiba as crianças estão aprendendo a ler e escrever ao mesmo tempo em que despertam para os problemas ambientais. Segundo o presidente da Fundação Zeri (Zero Emissão de Resíduos) no Brasil, Francisco Fleck, o resultado de todo esse trabalho será a formação de adultos mais conscientes e, no futuro, a implantação de um modelo economicamente sustentável. Ele participou ontem da abertura do Fórum de Alfabetização Ecológica, evento que termina amanhã.
O programa Alfabetização Ecológica foi implantado na rede municipal em 2000. Desde então, vários projetos foram desenvolvidos na área. Durante o fórum estão sendo mostrados alguns dos trabalhos produzidos este ano por professores e alunos.
Francisco comenta que o modelo econômico atual não está preocupado com o esgotamento dos recursos naturais. Esse pensamento seria o reflexo da falta de conscientização das gerações anteriores em relação às questões ambientais. “Os recursos naturais estão sendo usados exaustivamente para sustentar mais de 6 bilhões de pessoas em todo planeta”, explica. Para mudar a situação, ele aposta no despertar da consciência ecológica nas crianças. “Elas vão procurar um modelo auto-sustentável”, avalia.
Segundo a coordenadora do programa na Prefeitura, Rosemari Souto, mais de 70 escolas realizaram trabalhos nessa área este ano. Os professores procuraram levantar um problema ambiental local e pesquisaram soluções com os alunos. “Por exemplo, em uma escola que tem um rio poluído próximo, os estudantes avaliam o motivo disso e o que poderia ser feito para evitar o problema. Aprendem que até o pacote de salgadinho que jogam na rua contribui para agravar a situação”, explica.