Em um País que lê poucos livros e adota os meios audiovisuais e sonoros como suas principais fontes de leitura e interpretação, torna-se fatídica uma abordagem das muitas linguagens como estímulo ao saber e ao exercício da cidadania. É nesse contexto, e porque o tema leitura está cada vez mais presente em congressos educacionais, meios de comunicação e políticas de educação, que o Saberes – I Congresso Nacional de Leituras das Múltiplas Linguagens e IV Congresso Paranaense de Leitura – foi idealizado há três anos e chega à edição deste ano como um dos mais destacados no País, abrangendo áreas diversificadas, reunidas em um só objetivo: apontar caminhos para uma posição crítica em relação à realidade.
Quem define o evento – que teve início na última quarta-feira, em Curitiba, e termina amanhã – é sua coordenadora e idealizadora, professora Marta Moraes. Diretora do curso de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), instituição promotora do congresso, ela partiu da idéia para a prática por perceber a dificuldade dos professores de trabalhar em sala de aula com livros e leituras em geral. ?Além disso, também havia preocupação pela pouca familiaridade das pessoas com a interpretação de textos complexos e interesse de órgãos públicos e privados com a formação de pessoal qualificado?, acrescenta a professora.
E é em relação à prática da leitura em diversos meios, sejam eles a arte, por meio do teatro, cinema e fotografia, a televisão, o rádio ou o livro, que as discussões vêm estimular os participantes a conhecer o universo de cada tipo de texto. ?Um filme é um texto, uma campanha publicitária também. Mas muitos de seus leitores são fragilizados e precisam trabalhar uma visão crítica em relação a essas mensagens?, explica Marta.
Este ano, o evento aborda o tema ?Leitura, Cultura e Cidadania?, conceitos interrelacionados.