Foz do Iguaçu
– O 27.º Congresso Internacional de Saúde no Trabalho (Icoh 2003), encerrado ontem em Foz do Iguaçu, colocou o Brasil como referência para a International Comission on Occupational Health (Icoh) mundial e para os países-sede dos congressos de 2006 e de 2009, Itália e África do Sul, respectivamente.Durante os cinco dias, foram quase 2,5 mil participantes de 75 países e quase 2 mil trabalhos apresentados, dos quais 840 inéditos. “A comissão organizadora do Icoh 2003 tem a certeza que realizou um excelente trabalho e mostrou que o Brasil dispõe de profissionais competentes para realizar evento de grande porte como foi o nosso congresso”, afirmou Ruddy Facci, presidente do 27.º Congresso Internacional de Saúde no Trabalho.
Coordenada pelo professor René Mendes, responsável pelo comitê científico do Icoh 2003, a programação sobre os desafios da eqüidade na segurança e saúde do trabalho incluiu doze conferências magnas, 23 mesas-redondas envolvendo 92 palestrantes, 75 simpósios, cinqüenta sessões livres com 512 trabalhos, envolvendo 1,5 mil autores e outras sessões paralelas.
Todo esse material foi editado e registrado e estará disponível no site do congresso – www.icoh2003.com.br – a partir da segunda quinzena de março e pelo período de três meses. Após esse período, o material, equivalente a 5 mil páginas de texto, será encaminhado à Icoh mundial. “É um documento eletrônico que servirá de base de dados e referência para todos os participantes”, afirmou Júlio Urban, responsável pela organização do congresso.
Além da programação, o Icoh 2003 inovou em relação aos eventos anteriores por colocar à disposição dos congressistas algumas facilidades desde o momento da inscrição. O atendimento da secretaria, por exemplo, foi dividido em cinco territórios -Ásia, África e Oceania; Américas; Escandinávia; Europa (Ocidental e Oriental), e Brasil. Em cada um dos boxes, atendentes falavam a língua pátria de cada país. Durante os cinco dias, dois cybercafés (com vinte computadores conectados a internet rápida) foram o principal ponto de encontro dos congressistas.
Para os palestrantes, foi disponibilizada uma infra-estrutura de media desk interligada com todas as salas dos hotéis Mabu e Bourbon, permitindo que mudanças fossem atendidas imediatamente sem que a conferência fosse prejudicada. “Tínhamos desde o retroprojetor até um leitor de CD-ROM de 500 megabytes”, explicou Urban.
As inovações associadas à organização foram fundamentais para que o congresso brasileiro se tornasse referência entre os participantes. O congressista Baselga y Monte, da Espanha, disse que esse foi o melhor congresso do Icoh. Monte participa desde 1956, quando o congresso foi realizado em Helsinque, na Finlândia. “A capacidade do Brasil em realizar esse congresso me surpreendeu e impressionou pela sua organização, pontualidade na programação e pela conexão perfeita entre os dois locais onde os eventos estavam sendo realizados. Estou orgulhoso de dizer isso. Dificilmente o Brasil será suplantado por outro país”, afirmou Monte.