Conflitos por terra crescem 17% no Paraná

Um balanço da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostra que houve aumento de 17% no número de conflitos por terra no Paraná entre 2006 e 2007.

Os dados da CPT, que deve divulgar todo o conteúdo do balanço hoje, dá conta que no ano passado aconteceram 89 conflitos por terra no Paraná, com 36.683 envolvidos e dois mortos.

O aumento significativo é verificado em relação a 2006, quando foram registrados 76 confrontos.

O estudo mostra também que com as duas mortes registradas no Estado em 2007, sobe para 24 o total de ocorrências nos últimos dez anos. A CPT destaca que cresceu também o número de despejos e das ações das milícias armadas não só no Paraná, mas em todo o País.

Neste ano mais uma morte já foi registrada. O integrante do MST Eli Dallemole, de 42 anos, foi assassinado dentro da sua casa no dia 30 de março, no assentamento Libertação Camponesa, no município de Ortigueira. Ele morava com a mulher e três filhos. Os suspeitos do crime estão presos, e as investigações do caso prosseguem.

Ocupação

Paralelamente à divulgação dos dados, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) prossegue com suas ações pelo interior. Cerca de 250 famílias ocuparam neste final de semana uma fazenda em Jacarezinho, Norte Pioneiro do Estado. A área de 793 hectares foi desapropriada pelo governo federal em janeiro. As famílias já estavam acampadas na entrada da fazenda há dois anos. A invasão faz parte das ações da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que vai até o próximo dia 17.

?As famílias não tinham mais condições de ficar esperando a imissão de posse (ato legal subseqüente à desapropriação) e ocuparam para pressionar o Incra. Eles estão há dois anos em uma estrada municipal em situação precária de sobrevivência?, argumentou o membro da coordenação estadual do MST, José Damasceno. Os sem terra entraram na área no sábado de manhã e até o momento não houve incidentes. Várias ocupações estão acontecendo em diversos estados no Brasil por causa da Jornada. No Paraná, Damasceno garantiu que não há previsão de novas invasões.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou, por meio da assessoria de imprensa, que o órgão está fazendo a avaliação final da área e que o relatório deve sair daqui uns 10 dias. A partir daí, a procuradoria jurídica do Incra precisa ajuizar uma ação de desapropriação para fins de imissão de posse na Justiça Federal de Jacarezinho. Só com o parecer do juiz o órgão pode começar o processo de assentamento. A escolha das famílias que ficarão no local deve obedecer a critérios técnicos.

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