A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba confirmou ontem mais um caso fatal de meningite meningocóciça, que já provocou a morte de três curitibanos este ano. No ano passado, foram registrados 17 óbitos na capital. O último caso é de uma menina de 12 anos. Apesar de terem sido registrados 26 casos de meningite meningocóciça em 2005 – a média é de 80 casos por ano – a secretaria está alerta e intensifica as campanhas de conscientização da população, a fim de evitar um possível surto da doença, que consiste na inflamação das membranas protetoras do cérebro.
"É importante que a população fique atenta aos sintomas, que são febre, dor de cabeça forte, vômitos e, por vezes, rigidez da nuca", diz a diretora do centro de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Karin Luhm. Ela pede às pessoas que apresentem esses sintomas para que procurem imediatamente um posto médico, já que em alguns casos a doença tem uma manifestação fulminante. "Das pessoas que contraem a doença, de 10% a 20% morrem. Por isso, quanto mais precoce o diagnóstico, mais chances", diz. Se o médico não consegue detectar a doença através dos exames clínicos, é feita uma punção na região lombar com a posterior análise laboratorial.
A meningite meningocóciça, transmitida por uma bactéria, não é a mais perigosa das meningites, mas é a que se dissemina mais facilmente. Daí a gravidade da enfermidade. Qualquer contato com secreção do doente pode resultar em contaminação, seja com a saliva, através do ar, ou com o vômito. Vale lembrar que a bactéria é transmitida com maior facilidade em ambientes fechados, o que torna importante deixar os ambientes arejados mesmo no inverno.
"No caso de contato com doentes, é necessário fazer um tratamento preventivo, com antibióticos", diz Karen. No caso da menina de 12 anos, que estudava em uma escola pública do bairro Santa Quitéria, a medicação foi ministrada às pessoas que conviviam com ela na residência e em sala de aula. "Alguns pais pensaram em suspender as aulas, mas com a medicação preventiva, não há necessidade", diz a médica.
