A importância da gestão de resíduos orgânicos, tornando desnecessários os aterros sanitários. Este foi o enfoque abordado ontem, em Curitiba, durante uma conferência que contou com a participação do professor da universidade alemã de Trier, Peter Heck. Consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial, Heck é especialista na área, sendo responsável por projetos de transformação de resíduos em matérias-primas em diversos países.

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Uma das propostas do especialista – que esteve em Curitiba no ano passado analisando a situação dos resíduos na capital – é trabalhar com o manejo de resíduos orgânicos para serem transformados em biogás, energia elétrica e adubo. Esse tipo de tecnologia já é adotada na Suíça, e Heck entende que no Brasil a biomassa que resultaria desse processo poderia, inclusive, substituir os fertilizantes químicos. Estima-se que o produto poderia ser comercializado por 20 a 40 euros a tonelada.

Em relação ao aterro da Caximba, que recebe os resíduos de Curitiba e Região Metropolitana, o especialista disse que o material orgânico depositado no local poderia ser melhor utilizado. Como exemplo, citou a utilização do gás metano, que poderia ser canalizado e transformado em combustível. Ou ainda transferido para uma termoelétrica que teria capacidade de produzir 56 mil quilowatts de energia por ano.

Para o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, as alternativas para a transformação dos resíduos são diversas, e o que falta são iniciativas dos municípios para implantá-las. ?A transformação dos resíduos é uma questão ambiental e de inclusão social?, comentou.

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