Parte das cerca de 400 famílias das comunidades rurais de Rio Sagrado, Passa Sete, Sarapiá, Marta e Carambiú, localizadas às margens das rodovias BR-277, 408 e 804, em Morretes, serão beneficiadas a partir de junho deste ano com sistema de água tratada.
A Sanepar já implantou 7 quilômetros de rede de distribuição. Serão investidos R$ 315.653,81 na construção de cinco reservatórios de 50 mil, 20 mil e 10 mil litros, casa de tratamento, barragem de concreto e 19 quilômetros de rede.
Também estão previstas nove travessias ao longo das rodovias federais. O DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e a Ecovia já liberaram as travessias. A captação da água será no rio Carambiú, por meio de barragem.
Na semana passada, os moradores se reuniram com técnicos da Sanepar para discutir detalhes das obras, que estão sendo feitas em regime de mutirão pela comunidade, em parceria com a Prefeitura, a Sanepar e o Programa Paraná 12 Meses.
Durante a reunião o prefeito de Morretes, Amilton Paula da Silva, ressaltou a importância do empreendimento, pois hoje as famílias se abastecem com água de minas ou de rio, sem tratamento. Em dias de chuva, a comunidade fica sem água.
“Com a chuva, a mangueira se solta e ficamos alguns dias sem água porque ela fica suja”, conta Sebastiana Rodrigues, 20 anos. Nascida em Rio Sagrado há 54 anos, Dionete Siqueira Barbosa afirma que a água tratada é um sonho dos moradores. “Sempre bebemos dessa água, mas sabemos que ela não faz bem à saúde”, afirma.
As mulheres também ajudam nas obras, abrindo e fechando valetas, além de colocarem a tubulação. “Todo mundo tem que ajudar”, defende Valceli Rodrigues, de 31 anos, mãe de três filhos e que tem trabalhado na implantação da rede.
A previsão é que o sistema entre em operação em junho de 2009 beneficiando parte da população. A obra completa deverá ser concluída em abril de 2010. A Sanepar é a responsável pelo projeto, pelo material e fiscalização da obra. A contrapartida da Prefeitura é a execução da parte civil, com mão-de-obra comunitária.
Pelo programa Saneamento Rural, os próprios moradores vão gerir o sistema, depois de treinados pela Sanepar, conforme explicou o fiscal de obra da Unidade de Serviço de Projetos e Obras, Edinan Laureano Rodrigues. “Para isso, é preciso que formem uma diretoria e aprovem um estatuto que será elaborado também por eles”, afrma.
O prefeito Amilton Paula destaca o papel da comunidade em todo o processo. “Essa união é importante e a comunidade tem que se organizar e se preparar para assumir o sistema. Isso já acontece em outras localidades e é para o bem de todos”, disse.
Essa mobilização é apontada pela gestora ambiental da Sanepar, Daisy Mara Teixeira, como fundamental para o gerenciamento do sistema. O diretor da Secretaria de Agricultura, Airton Tomazi, também participou da reunião com os moradores.
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