Moradores do conjunto Salgueiros, no Sítio Cercado, estão cansados de conviver com a falta de segurança, pichações e o lixo jogado no entorno do Ribeirão dos Padilhas. Mas estão dispostos a mudar o bairro com as próprias mãos. Por isso, agora são parceiros da Tribuna no projeto Nosso Bairro, Nossa Casa.
Melhorias
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Clarisse: bairro mal falado. |
A falta de segurança e o grande número de usuários de drogas são outros problemas citados pela associação. “Fica o bairro mal falado de tanta marginalidade, e isso dói para a gente”, afirma Clarisse. As pichações também são frequentes no conjunto Salgueiros. “A gente sabe quem é, vê pichando, mas não se intimidam”, revela.
Além de pleitear na administração municipal as necessidades e melhorias para o bairro, a associação tem entre outras atividades, aulas de ginástica às terças e quintas-feiras; transporte para a terceira idade participar de atividades de lazer; aulas de artesanato e pintura para a terceira idade.
Pelo bem-estar no conjunto
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Proteção de árvores e flores com pneus e placas. Tudo contra vândalos. |
Mas, lá no conjunto Salgueiros, tem gente que arregaça as mangas e promove melhorias para o bem-estar da coletividade. É o caso de Miguel dos Santos Oliveira, de 50 anos, e morador do bairro há 32. Além de cuidar da casa dele, também se preocupa com todo o entorno. Em frente à sua casa e sua eletrônica, fica o Ribeirão dos Padilhas, onde existem várias árvores e flores. Como as pessoas costumam jogar lixo por ali, ele faz a limpeza do local. “Eu que sou morador tenho que cuidar, porque fica bonito. Vem pessoal com cachorro, vem criança soltar pipa, vem casal de namorado. Aqui é o nosso Parque Barigui”, afirma.
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Miguel: limpeza e cuidados. Veja mais. |
Para proteger as plantas da ação de vândalos, colocou pneus e placas em volta delas com frases como: “seja a mudança que quer ver no mundo” e “não arranque as flores”. Miguel encontrou também uma forma de inibir a ação de pichadores e de pessoas que jogam lixo no rio. Quando flagra alguém em uma dessas situações, tira fotos. “Esses dias tinham dois meninos pichando a placa e eu fotografei. No dia seguinte estava limpa”, conta.
“Venho me espelhando em exemplos, me conscientizei e acho que não estou prejudicando nin,guém. Até pelo contrário, tem pessoas que elogiam as minhas atitudes”, ressalta Miguel.