Compras congestionam ruas centrais

Estresse, mão na buzina e muita reclamação. É comum observar essas características entre os motoristas que trafegam pelas ruas centrais de Curitiba, nos horários de pico durante a semana. E, para piorar a situação, com a chegada do final do ano, o aumento do número de veículos nessas áreas deve gerar congestionamentos ainda maiores.

De acordo com a Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran), esse movimento intenso verificado a partir do início do mês é causado pela esticada do horário de pico. Os veículos que normalmente trafegam no centro da capital das 18h às 19h30, esticam o tempo de trânsito no centro para ir às compras até às 22h. Essa iniciativa aumenta em até 10% o volume de veículos nas ruas centrais da cidade.

Segundo a Diretran, os pontos mais críticos de congestionamento em Curitiba se localizam nas áreas próximas aos grandes shopping centers. Avenidas como Visconde de Guarapuava, Silva Jardim, Sete de Setembro e as ruas Visconde de Nácar e Inácio Lustosa ficam abarrotadas de carros e de motoristas sem a menor paciência.

Para Carlos Alexandre, diretor de trânsito da Diretran, "a conscientização dos motoristas seria essencial para que o problema não se torne pior a cada ano". Uma das medidas para desafogar esse tráfego seria o uso contínuo do transporte coletivo, principalmente para quem vai em direção às compras no comércio do centro da cidade. "É difícil mudar os hábitos, mas para quem vai ter um deslocamento pequeno, o uso do transporte coletivo seria o ideal. Não dá para pensar em mudanças drásticas, mas aos poucos, essas iniciativas poderiam ser aderidas pelos motoristas", diz.

De acordo com Alexandre, o trabalho dos agentes de trânsito acontece o ano inteiro, mas a principal mudança realmente depende da colaboração dos motoristas. "As pessoas têm acesso aos principais pontos de Curitiba por meio do transporte coletivo. É complicado, mas seria a medida essencial", completou.

Lentidão

O congestionamento nas principais ruas de Curitiba também afeta o desempenho do trabalho dos motoristas de ônibus. De acordo com Denílson Pires, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região (Sindimoc), o problema no trânsito da capital tem que ser resolvido imediatamente. Ele destaca que o nível médio de velocidade dos veículos é muito pequeno, favorecendo o congestionamento. "Tivemos algumas reuniões com a Prefeitura e com a Urbs para encontrar alguma solução. É tudo muito lento, e o trabalhador chega a todo final de dia com estresse alto", afirmou. "Temos que cumprir horários e isso está se tornando impossível. Um percurso que normalmente demora 15, 20 minutos, acaba sendo feito em 45 minutos. E nessa época do ano é ainda pior. Haja paciência", concluiu Denílson.

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