As tradicionais brigas entre irmãos são constantes na maioria das famílias. Provocações, disputas pelo mesmo espaço ou brinquedos e até mesmo agressões verbais e físicas fazem parte da rotina diária dos pais, que muitas vezes não sabem o que fazer.
Para a psicóloga Graziela Zlotnik Chehaibar, as brigas entre irmãos podem servir como treino para a convivência social, pois ajudam a desenvolver o autoconhecimento, demarcar limites, reconhecer a individualidade dos outros, consolidar a personalidade e em alguns casos pode até conduzir a um processo de admiração, proteção e ajuda mútua. “É uma espécie de exercício inconsciente, capaz de definir características importantes para os relacionamentos interpessoais”, afirma.
Apesar de ser difícil, o papel dos pais diante dos conflitos entre os filhos, segundo a psicóloga, deve ser neutro, exceto quando houver excessos. “Se o pai ou a mãe tomarem partido, para os filhos, pode representar que eles gostam mais de um do que de outro. A intromissão somente deve ser feita em casos extremos, quando as brigas se tornarem constantes ou quando ficar evidente algum desvio de comportamento, com atitudes violentas”, acrescenta.
Para a psicóloga Priscila Campos, que também acredita na importância social das brigas entre irmãos, a melhor atitude que os pais podem ter com relação aos filhos, é acreditar na capacidade que eles têm em resolver os seus problemas. Entretanto, diante de conflitos considerados graves, os pais devem interferir, mas ouvindo as propostas dos envolvidos sobre o que eles esperam que os pais façam diante do conflito. “Permitir que os irmãos resolvam suas diferenças é proporcionar a oportunidade para que eles se desenvolvam no futuro”, afirma Priscila.