O xaxim, planta típica paranaense, promete ser ao mesmo tempo cura para a asma, garantia de sustento para famílias carentes e recuperador de áreas degradadas. Mas a planta está em processo de extinção e leis estaduais proíbem o corte dos pés remanescentes. Por isso o secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social, padre Roque Zimmermann e o idealizador do projeto Xaxincultura, Elzo Ferreira, se encontrarão hoje com os ministros da Saúde, Saraiva Felipe, e do Meio Ambiente, Marina Silva.
O objetivo é garantir recursos para um projeto de produção de mudas da planta em larga escala. ?Através do Xaxincultura conseguimos desenvolver um medicamento, já patenteado, que cura a asma. Uma das coisas que iremos discutir em Brasília será a garantia de que o remédio será produzido no Brasil, de preferência no Paraná?, afirma Ferreira. A descoberta do medicamento foi feito em outubro e causou furor no meio médico. ?Já recebemos propostas de empresas americanas e européias, e há muito interesse dos mercados chineses e indiano também. Mas o nosso interesse é que o medicamento seja paranaense?, diz o pesquisador.
Como para a produção do remédio não é necessário o corte do caule, o que é proibido por lei, mesmo que não haja plantio em larga escala, a confecção não será comprometida. ?Em parceria com o governo do Estado estamos plantando mudas nos rios, o que por enquanto garante a produção?, diz Ferreira. O remédio deve ser lançado até o fim do ano.
Outro interesse do projeto Xaxincultura é reativar a prática de confecção artesanal de produtos feitos à base do caule da planta, como vasos. ?Esse tipo de produção pode garantir emprego e renda para muitas famílias de baixa renda?, explica Ferreira. O pesquisador revela ainda que um extrato em pó das folhas serve como suplemento alimentício para os humanos e uma mistura triturada pode ser utilizada para alimentar gado. Além do plantio para garantir as matas ciliares, Ferreira diz que a planta se mostrou muito eficaz para recuperação de áreas degradadas. A comitiva paranaense espera conseguir cerca de R$ 600 mil para garantir a aplicação dos projetos no Paraná.