O representante da Organização de Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) no Brasil, José Tubino, esteve ontem em Curitiba conhecendo programas sociais de combate à fome e à miséria. De acordo com dados da FAO, 22 milhões de pessoas passam fome no País. Mas Tubino afirma que outras entidades estimam que o número é bem maior.

Tubino esteve pela primeira vez em Curitiba. Ele veio atendendo um convite do Comitê de Entidades Públicas no Combate a Fome (Coep-PR), composto por 47 entidades públicas e privadas.

Sopa

Um dos programas visitados por ele foi o projeto Supersopa, desenvolvido pela Ceasa (Centrais de Abastecimento do Paraná) de Curitiba, desde 1996. Tubino achou a idéia criativa, já que em locais parecidos no resto do pais, 15% dos alimentos são desperdiçados. A central conseguiu minimizar o desperdício, selecionando produtos que iriam para o lixo para produzir cerca de 9.600 latas de sopa por mês. Cada uma pesa 4,1 quilos e alimenta quarenta pessoas. O destino das latas são prefeituras do interior e entidades de assistência social. “Vou tentar divulgar os trabalhos que estou conhecendo”, afirma Tubino.

Outro programa que o representante da FAO foi conhecer é o Esperança em Santa Felicidade, destinado a geração de renda. Mulheres carentes e desempregadas aprendem a trabalhar como camareira, copeira e auxiliar de serviços gerais. O projeto é uma parceria entre o Cefet-PR, que entra com o corpo docente, a Fundação de Ação Social (FAS), da Prefeitura de Curitiba, que cedeu o espaço e o mobiliário; e ainda, o Coep-PR que ajuda com o fornecimento de alguns materiais. A primeira turma, com 25 alunas, se forma em janeiro.

Para Tubino, a sociedade brasileira tem feito bons trabalho no combate à fome, sem ficar esperando que o governo resolva tudo sozinho. Diz ainda que o país tem condições e maturidade para assumir uma posição de liderança na campanha mundial para resolver o problema da má alimentação.

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