Comissão quer que Polícia Federal apure uso de milícias

Membros de uma comissão formada por parlamentares, advogados, religiosos e entidades que defendem os direitos humanos vão tentar marcar uma audiência com o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos para pedir que a Polícia Federal investigue o uso de milícias armadas na fazenda Três J, em Londrina, do deputado federal José Janene (PP). Na última terça-feira, cerca de 40 famílias do MST foram expulsas do local por seguranças do deputado.

Pela manhã, os integrantes da comissão conversaram com as famílias expulsas e depois tentaram entrar na fazenda, porém não foram autorizadas. ?Aquelas pessoas estão em situação de absoluta precariedade?, contou o deputado estadual Tadeu Veneri (PT). ?Se de fato queimaram todas as coisas lá dentro, caracteriza formação de quadrilha. Queremos que identifiquem as pessoas.?

O prefeito de Londrina, Nedson Micheleti (PT), também conversou com a comissão. Segundo ele, a Prefeitura também vai cobrar uma posição das autoridades. ?Não só a ação dos pistoleiros tem de ser repudiada no aspecto político, como também a violência empregada por eles, que queimaram roupas e pertences das famílias que ocupavam o local. A Prefeitura está colaborando com o fornecimento de roupas e alimentos às famílias que foram atingidas por essa violência?, afirmou.

Tanto Nedson quanto os membros da comissão afirmaram que temem que a demora na solução do caso pode gerar precedentes e, inclusive, fazer com que ambos os lados se armem. ?É inadmissível o que aconteceu, e precisamos agir para evitar que proprietários privados passem a formar milícias armadas para combater um movimento social?, afirmou o prefeito.

Hoje a polícia deve ouvir o depoimento das famílias que foram retiradas. Além disso, a Polícia Militar (PM) conseguiu negociar com o gerente da fazenda para que os sem terra entrem na propriedade e peguem os pertences que sobraram.

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