Uma reunião da Comissão de Segurança Pública e Defesa do Cidadão da Câmara Municipal de Curitiba foi realizada às 15 horas desta quarta-feira (11). Quatro vereadores se reuniram com o diretor-presidente do Shopping Center Palladium, Aníbal Tacla, e seu assessor jurídico para solicitar que o centro comercial revise os critérios que impediram a entrada do grupo de adolescentes no mês passado.
A comissão, dirigida pelo vereador Pedro Paulo (PT), também quis contribuir com o processo investigativo do Ministério Público que apura a denúncia de discriminação do estabelecimento ao barrar os jovens que se vestiam com roupas do movimento hip hop. O procedimento foi instaurado na quarta-feira da semana passada pelo promotor Maximiliano Ribeiro Deliberador da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, que também abriu a ação civil pública pedindo a interdição do shopping.
Os vereadores não tinham como intenção questionar a legitimidade das regras do estabelecimento, mas respeitar o direito do cidadão de ir e vir.
Tacla expôs algumas normas do Palladium. Fumar é proibido, apenas é permitido em lugares próprios reservados para os fumantes; é também proibida a entrada de animais, andar de patins e bicicleta, distribuir folhetos sem autorização, sentar em locais impróprios e o uso de camisas de time de futebol em dia de clássico. As bebidas alcóolicas só podem ser ingeridas na praça de alimentação. Certas vestimentas são consideradas impróprias, como shorts muito curto ou então estar sem camisa. Grupos com mais de cinco pessoas serão orientados a se dispersar, mas claro, que, usando o critério do bom senso, justificou o empresário.
No dia da primeira confusão envolvendo os adolescentes, Tacla afirmou que apenas foi proibida a entrada de uma pessoa porque estava alcoolizada e que os outros integrantes do grupo não entraram porque não quiseram. Ele ainda relatou que chegaram a entrar de 20 a 30 pessoas nas lojas, que registraram roubo. Além dos "cortejos de rinoceronte" – expressão usada pelo diretor-presidente do Palladium para ilustrar as cantadas dirigidas às mulheres que circulavam no shopping.
O empresário explicou que o centro comercial tem capacidade para receber de 15 mil a 20 mil pessoas ao mesmo tempo e que uma briga na praça de alimentação, por exemplo, pode tomar grandes proporções colocando em risco todos os clientes. Ainda segundo Tacla, 90 seguranças trabalham no local.
Ele deixou claro que não teme que esta polêmica arranhe a imagem do shopping perante a sociedade. Ele disse que a população agradeceu a atitude tomada pela administração do Palladium.
A sugestão do empresário é de que seja criada uma política pública direcionada para a juventude. O vereador Pedro Paulo afirmou que não cabe julgar a iniciativa do shopping e que a criação de uma política pública pode evitar situações constragedoras como esta.
A vereadora Julieta Reis (PSB) declarou que espera que estes adolescentes "não sejam repreendidos em outros lugares e que o ocorrido no Palladium tenha sido uma medida educativa para eles aprenderem a se comportar melhor".
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