O Hospital Infantil Dr. Antônio Fontes, em Paranaguá, litoral do Estado, foi vistoriado ontem por uma comissão do Conselho Estadual de Saúde (CES). A idéia do governo estadual, que encontra resistência de moradores e do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Paraná (SindSaúde-PR), é transferir o atendimento pediátrico do município do Hospital Infantil, que tem 39 leitos, para o recém-inaugurado Hospital Regional do Litoral, com 24 leitos para atender os municípios da região. Agora, uma reunião do CES emitirá um parecer sobre o fechamento do Hospital Infantil.
Durante a inspeção, a comissão conheceu os problemas e as reivindicações do SindSaúde-PR. “Há sérios problemas de estrutura e de investimento, mas ao mesmo tempo existe humanização no atendimento, como sala de recreação”, avaliou a conselheira do CES Magda Selex. Segundo ela, o Hospital Regional também precisa de adaptação para receber crianças e por isso a transferência não pode ser imediata.
Enquanto a avaliação acontecia, um protesto contra o fechamento foi organizado na porta do hospital. O SindSaúde-PR já conseguiu 3 mil assinaturas para o abaixo-assinado contra a decisão de fechar o hospital.
A reivindicação é para que o Hospital Infantil seja reformado para atendimentos de baixa complexidade, enquanto o Regional realizaria os atendimentos de média e alta complexidade.
“O discurso do governo é de que não há necessidade desse atendimento, mas em breve terão que comprar leitos em hospitais privados para dar conta da demanda. Estão achando que 24 leitos é suficiente para atender o litoral todo”, criticou Ana Lúcia Canetti, do SindSaúde-PR.
Segundo dados apresentados pelo chefe da 1.ª Regional de Saúde, Paulo Zanicotti, a média de atendimentos diários nos últimos meses não ultrapassa o número de leitos do hospital.
“Em maio, a média de pacientes por dia foi de 23 e em junho, 24. Neste momento, o litoral não enfrenta falta de vagas”, garantiu. Os números apresentados não convenceram os integrantes do SindSaúde-PR, para quem os atendimentos podem ser bem maiores.