Mercado negro

Comércio ilegal de armas prolifera a olhos vistos em Curitiba

O homem que matou um jovem ao lado do Shopping Água Verde, em Curitiba, durante o feriadão de Carnaval, admitiu que comprou a arma do crime de uma pessoa desconhecida na Avenida Presidente Kennedy, por R$ 1,5 mil. Na operação policial que deu início à instalação da Unidade Paraná Seguro (UPS) no bairro Uberaba, semana passada, foram apreendidas 35 armas de fogo.

Os dois fatos são fortes indícios do comércio ilegal de armas existente em Curitiba. “Se foram apreendidas, estas 35 armas não estavam teoricamente em mãos de pessoas de boa índole”, comenta o delegado Roberto Heusi de Almeida Junior, da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições de Curitiba. “Infelizmente, isto (comércio ilegal) ainda pode acontecer, especialmente nos bolsões de pobreza, como é o caso do tráfico de drogas também”, afirma.

A maior parte destas armas é fruto de roubos ao cidadão comum que tem uma arma registrada ou não. São pessoas que possuem armas dentro de suas residências, estabelecimentos ou as carregam ilegalmente pelas ruas. “Há milhares de armas em situação ilegal. Não existe estimativa sobre armas sem registro”, conta Fernando Augusto Vicentine, coordenador do núcleo de armamento da Polícia Federal no Paraná. São 68.060 armas cadastradas no Estado.

De acordo com ele, existem muitas armas antigas nas casas de pessoas, que não foram regularizadas nos prazos dados pela Polícia Federal. Quando um roubo acontece, estas armas param no mercado ilegal. E muitos “donos” das armas não procuram por elas justamente pela condição de não estarem registradas.

O delegado Roberto Heusi de Almeida Junior destaca que as armas de calibres mais comuns, como o revólver calibre 38, têm origem no comércio ilegal interno. As armas com calibre restrito vêm de furtos às pessoas autorizadas a portar ou guardar este tipo de objeto. Estas armas podem ainda entrar clandestinamente no Brasil pelas fronteiras.

Desarmamento

Hoje não é mais possível registrar uma arma que foi comprada sem documentação. A única alternativa é entregá-la para a campanha do desarmamento do Ministério da Justiça, que paga um valor entre R$ 100 e R$ 300, dependendo do tipo de arma. Vale tanto para armas registradas quanto não registradas. Todo o procedimento está disponível no site da da Polícia Federal: www.pf.gov.br/servicos /armas/ campanha-do-desarmamento. O interessado deve ficar atento, pois é necessária a emissão de uma guia de trânsito para o transporte da arma até a sede da Polícia Federal.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo