Comércio do litoral acredita em redenção no Carnaval

O feriado de Carnaval deverá ser a redenção para o comércio do litoral, que ainda não conseguiu ter lucro na temporada de verão. As seguidas chuvas que marcaram o período fizeram com que muitos turistas não procurassem as praias do Paraná. Mas, agora, a expectativa é só de festa, para os veranistas e para os comerciantes.

Dos cerca de dois mil imóveis disponíveis para locação em Matinhos e Caiobá, perto de 90% já foi ocupado. A afirmação é do proprietário da Imobiliária Imovimar, Ghazi Helaihel, que registrou um aumento na procura nas últimas duas semanas. O mesmo aconteceu nos hotéis e pousadas, que mantêm convênio com a imobiliária. O perfil dos clientes nesse período é de famílias ou grupo de turistas que procuram imóveis de três ou mais dormitórios. “E isso não representa que eles querem baratear o custo do aluguel, mas compartilhar com amigos ou familiares esse período”, disse.

O empresário ressaltou que esse desempenho positivo do setor não foi registrado durante toda a temporada, que sentiu uma grande queda no número de veranistas no mês de janeiro e fevereiro. Para Helaihel, o que “salvou” o período foram os turistas argentinos e paraguaios, que representaram 90% do movimento no litoral.

O comerciante Marcelo José Viana também está apostando no Carnaval para melhorar as vendas. O período de chuvas e início das aulas antes do feriado teriam afugentado os veranistas do Paraná. “O movimento foi grande de 25 de dezembro até 10 de janeiro, depois caiu muito”, disse. O mesmo afirmou o comerciante Zezo Grein, que desde a noite de sexta-feira já registrou um aumento de 100% no seu restaurante. “Agora a gente torce para o sol aparecer para que todos fiquem satisfeitos”, comentou.

Apesar do otimismo dos comerciantes, o vendedor ambulante Cláudio Souza Costa não acredita que irá recuperar o investimento neste feriado. Ele que saiu da Bahia há quarenta dias, e já passou por Minas Gerais e São Paulo, reclama das chuvas no Paraná. O que vendeu até hoje mal deu para pagar o aluguel de R$ 1 mil da casa onde está com outros seis colegas. “No geral a temporada foi muito fraca e mesmo que dê três dias de sol acho que não vai dar para recuperar o prejuízo”, afirmou.

Sem estresse

Quem desceu para passar o Carnaval no litoral não está muito preocupado em recuperar a economia da região. Quer mesmo é saber do sol, que ontem pela manhã ainda estava muito tímido. Alguns que começaram a festa já na sexta-feira ainda estavam na praia pela manhã, dormindo.

As amigas Ticiana e Fabiane vieram com uma excursão de Ourinhos, no interior de São Paulo, e mal desembarcaram no litoral depois de uma viagem de mais de dez horas, já estavam com um grupo de amigos curtindo a praia de Caiobá. Na roda, a expectativa era pelo sol e pela festa que iria acontecer à noite.

Expectativa também para a família do açougueiro Otto Haag, que veio há duas semanas da Argentina para Caiobá. Será a primeira vez que eles vão participar de uma festa de Carnaval. Já as famílias da secretária Fernanda Simões e do mecânico Luiz Carlos de Abreu não têm pressa. Eles vieram de Londrina e vão ficar dez dias no litoral. O Carnaval, dizem, “é para os jovens, nós queremos mesmo é praia durante o dia”.

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