“Eu não sei mais o que fazer”, diz o comerciante Cleiton Azeredo, proprietário de panificadora na Rua Nova Aurora, no Sítio Cercado. Ele comprou o estabelecimento há pouco mais de cinco meses e neste período o local já foi assaltado seis vezes – duas vezes só na semana passada.
“Hoje, se um sujeito entra aqui e faz uma proposta para comprar a padaria, eu vendo sem pensar duas vezes”, afirma Cleiton. “Um dia depois do último roubo, acordei decidido a me livrar do negócio, mas conversando com a família decidi tentar mais uma vez. A gente nunca sabe o que pode acontecer”, desabafa.
Em todos os assaltos, ele chamou a polícia e registrou os boletins de ocorrência. Porém, segundo Cleiton, a ação dos policiais se encerra por aí e não há continuidade nas investigações e ações de prevenção ao crime. “Logo após os assaltos, os policiais chegam rapidamente e dão todo o apoio e suporte. O problema é que isso é remediar doente depois que ele já está mal. Tem que trabalhar na prevenção”, reivindica.
Cleiton também reclama da impunidade. No primeiro assalto, o bandido era menor de idade e foi preso na sequência. “Eles já sabem que nada pode ser feito. Quando ele foi detido, eu estava junto com os policiais. Além de me ameaçar, ele já chegou dizendo que era menor e que não podiam encostar nele. É um absurdo”, declara o comerciante, que já gastou mais de R$ 6 mil em equipamentos de segurança. “Falamos que todo o assalto está sendo filmado, eles não estão nem aí”.
Segundo a confeiteira Elizete Mendes, o clima é de tensão constante. “Quando vemos gente estranha do lado de fora, já ficamos desconfiados. Eu morro de medo”, comenta a funcionária, que da última vez foi feita refém e ficou com uma arma na cabeça durante todo o assalto.
Veja o vídeo o desabafo do comerciante.