Comerciantes do Bacacheri pararam o trânsito na manhã de ontem para pedir mais segurança ao bairro. Munidos de faixas, protestaram no cruzamento da Avenida Erasto Gaertner com a Rua Estados Unidos contra a onda de assaltos na região. Foram 28 empresas atacadas só no último mês. “Os policiais do bairro sumiram depois do Natal e agora o clima é de medo. O último módulo policial no Bacacheri foi desativado há 15 anos e hoje o policiamento aqui é insuficiente”, relata José Augusto Soavinski, coordenador do Comitê de Segurança e Ordem Pública do Paraná e fundador do Conselho de Segurança (Conseg) do Bacacheri, bairro em que mora há 28 anos. Segundo ele, quase todos os comerciantes daquela região já foram assaltados. “A lotérica, a loja de celulares, a panificadora. É assalto na segunda, terça, quarta, quinta e não tem hora para acontecer”, reclama.
A proprietária da pastelaria, Lucia Kitani, disse que os assaltantes escolhem a dedo as vítimas e ainda vão embora rindo. “Eu estou pedindo socorro, não quero ser a próxima. Estou falando como moradora e não como comerciante”. O dono da lotérica, Percy Weigert, optou por blindar a loja. “Ao invés de prenderem os bandidos, agora a gente é que vive preso”, diz.
Registro
O deputado estadual Rasca Rodrigues (PV), também morador do bairro, participou do protesto, mas acredita que o problema na cidade é a falta da cultura de segurança. “Não adianta só resolver esses problemas pontuais. Novamente estamos comprando o cadeado depois que o roubo já foi feito”, critica.
O comando do 20.º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento naquela região, orienta os moradores e comerciantes para que registrem os boletins de ocorrência, porque o policiamento é intensificado conforme as estatísticas. O governo já prometeu um módulo móvel por bairro e o processo de aquisição está em andamento.