Comerciantes do bairro de Uberaba, em Curitiba, se reuniram ontem de manhã para protestar contra a falta de segurança. Eles alegam que os assaltos se tornaram constantes na região e reclamam da falta de policiamento nas ruas. Em frente às lojas, faixas pretas simbolizam o medo e a revolta de comerciantes e moradores.

O presidente da Associação do Comércio e Indústria de Uberaba e Região (Aciur), Ademilson Milani, entende bem a revolta geral. Proprietário de uma loja de materiais de construção localizada na Avenida Salgado Filho, Milani conta que sofreu dois assaltos em um intervalo de apenas quatro dias, no mês passado. O que mais chama a atenção, no entanto, é a ousadia dos ladrões: eram os mesmos nos dois episódios. Graças a um vizinho comerciante, que anotou a placa do carro, os dois ladrões foram presos pela polícia depois do segundo assalto. Milani amargou prejuízo de aproximadamente R$ 600,00.

“Até há boa vontade da polícia, mas são apenas cinco viaturas para cobrir cinco bairros da região”, lamenta o comerciante, referindo-se à falta de estrutura policial. “É preciso investir mais em segurança, no salário dos policiais e, principalmente, na manutenção dos equipamentos”, aponta. “O que me deixa mais revoltado é que, na primeira vez, os assaltantes fugiram de bicicleta. E ninguém pôde fazer nada”, desabafa.

Segundo Milani, a situação ficou crítica nos últimos dois anos e o fator principal é o uso de drogas. “Noventa por cento dos assaltos são relacionados a drogas”, acredita.

Medo

O comerciante Alcioni Arendt, dono da padaria Magia do Pão, não esconde seu medo quando o assunto é falta de segurança. Há quase um ano e meio, ele ficou com uma arma apontada em direção a sua cabeça, durante cerca de quarenta minutos. “Como era domingo e o movimento era grande, o assaltante não conseguia sair daqui. Ficou o tempo com a arma apontada, atrás do balcão”, lembra Arendt. O prejuízo, calcula ele, foi de cerca de R$ 3 mil, entre dinheiro e mercadorias.

De lá para cá, a situação só piorou. Foram mais de três assaltos, desde o primeiro episódio. “Só este ano, foram dois assaltos. O último aconteceu há cerca de quarenta dias, quando levaram quase R$ 1 mil”, conta. Para evitar novos roubos, o comerciante resolveu até fechar a panificadora mais cedo: por volta de 21h. “Depois das 18h, a insegurança é muito grande. Qualquer pessoa diferente que entra aqui, já fico com medo de que seja ladrão”, confessa.

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