Os comerciantes da Avenida Sete de Setembro, no centro de Curitiba, estão enfrentando problemas com um grupo de crianças e jovens que passa o dia todo na rua. Além de atrapalhar o trânsito, principalmente na canaleta de ônibus, eles usam drogas e abordam de forma insistente as pessoas que passam pelo local. Os comerciantes alegam prejuízos com essa situação, pois alguns clientes estão evitando passar pela região.
O grupo é formado por cerca de quinze pessoas, entre crianças menores de cinco anos, meninas grávidas e jovens. Eles se concentram na altura do número 3.500, e, além de passar o dia todo na rua, também utilizam as marquises das lojas para dormir à noite, bem como para fazer suas necessidades fisiológicas. Eles também usam as caixas da Sanepar e de telefonia para guardar objetos, como cobertores e roupas. O comerciante Maurício Fontana conta que, na madrugada de ontem, um dos canos rompeu quando eles tentavam enfiar objetos na caixa de água. ?Não sei por quanto tempo a água ficou escorrendo. Agora só quero ver o prejuízo quando chegar a conta?, reclama.
Consumo de droga é realizado abertamente durante o dia. |
De acordo com a comerciante Fernanda Horn, o grupo aumentou no final do ano, quando o número de policiais circulando pela região diminuiu. Fernanda, que tem uma loja de produtos eletrônicos, conta que os menores entram no estabelecimento e querem ficar assistindo televisão. ?A gente pede para eles saírem, mas ficamos com medo, pois eles sempre estão acompanhados por maiores?, diz. Intimidada também está a proprietária de uma lanchonete, Rosana Sansel. ?Como eles estão sempre se drogando, eu acabo dando pão e café para eles saírem daqui e evitar maiores problemas?, fala, acrescentando que os clientes também são sempre importunados pelo grupo.
Segundo o comerciante Sidnei Oliveira, anteriormente o grupo ficava apenas usando as marquises das lojas para se drogar e dormir, ?mas agora eles estão atrapalhando o trânsito e incomodando os clientes?. Os menores se arriscam jogando futebol na canaleta de ônibus. Os veículos precisam parar e buzinar até que eles saiam da pista. Todos os comerciantes relatam que já fizeram reclamações através do telefone 156 da Prefeitura, e que, quando o Resgate Social comparece, não resolve o problema. A Polícia Militar também já foi acionada, mas o problema continua.
Alguns pedestres são incomodados pelos menores do grupo. |
De acordo com informações da assessoria de imprensa da Prefeitura, o Resgate Social vai até o local e aborda as pessoas, porém não pode retirar do local aqueles que não desejam sair. Nos casos de furtos ou assaltos, a Prefeitura informou que isso deve ser coibido pela Polícia Militar, pois a Guarda Municipal não responde pela segurança da cidade.
Segundo o tenente Leandro Ribas, comandante da 1.ª Companhia da Polícia Militar, ontem foi lançado o projeto de policiamento a pé e várias ruas do centro da cidade terão o efetivo reforçado, entre elas a Avenida Sete de Setembro. Os policiais farão o serviço burocrático pela manhã e, à tarde, farão o patrulhamento nas ruas. Além disso, o tenente cita que a sede da companhia está sendo transferida para a região e o posicionamento estratégico também deve ajudar a resolver o problema. O tenente diz ainda que quem tiver reclamações ou informações, sobre este e outros tipos de ocorrência, pode ligar para o telefone da companhia: (41) 3323-6116.