Começou a coleta de dados para realização do Censo Demográfico 2010. Pela primeira vez, o processo será 100% informatizado, sendo que a população também irá poder responder ao recenseamento pela internet.
Serão visitados 51 milhões de domicílios no Brasil (3,8 milhões no Paraná). Ao todo, até 31 de outubro, estarão em atividade 191 mil recenseadores no País, sendo 11.162 nos municípios paranaenses.
Ontem, em Curitiba, a primeira pessoa a responder o Censo foi o pastor Valdo Fonseca, que mora no bairro Alto da XV. Em seu apartamento, às 8h30, ele recebeu a visita do recenseador Lucas Acácio Bueno de Carvalho, de 20 anos, que pela primeira vez exerce a função.
“O trabalho no IBGE é meu primeiro emprego, sendo que antes dele eu só havia realizado estágios. Fiz o concurso para recenseador porque achei que seria uma boa oportunidade de adquirir experiência profissional”, afirmou Lucas.
Valdo, por sua vez, recebeu o jovem com simpatia e ressaltou a importância de participar do recenseamento. “O Censo é muito importante para que possamos conhecer a nova identidade do Brasil. Todo cidadão tem o dever de receber bem o recenseador e ser transparente ao responder os questionamentos”, declarou.
O pastor também elogiou o fato de o Censo 2010 questionar, pela primeira vez, sobre o tempo que as pessoas gastam para ir e voltar do trabalho. Ele trabalha no bairro Capão da Imbuia e, em horários de rush, costuma levar vinte minutos de casa até o local.
“O trânsito de grande parte das cidades brasileiras está bastante pesado. Acredito que a questão relativa ao tempo que as pessoas gastam para ir e voltar do trabalho está bastante ligada ao dia a dia e pode contribuir para que sejam feitos estudos e reestruturações. Isso irá gerar melhoria da qualidade de vida”.
Outra pergunta inédita no Censo 2010 diz respeito à presença de casais homossexuais nos domicílios. A inclusão desta questão vem sendo comemorada por pessoas e entidades que realizam atividades de combate ao preconceito.
“É fundamental que as pessoas que são homossexuais revelem isto ao IBGE e não encarem a pergunta como intromissão na própria intimidade. O dado é importante para que, no futuro, possamos reivindicar políticas públicas. Quem não existe não tem direitos”, disse o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis.
Também pela primeira vez, os recenseadores irão obter informações sobre brasileiros que vivem no exterior. O secretário de Saúde do município de Tomazina, no Norte pioneiro, João Hélio Chueire, tem filho, nora e dois netos vivendo em Rosário, na Argentina.
“Meu filho está na Argentina há oito meses, estudando Medicina. Acho muito importante saber o número de pessoas que estão fora do Brasil e os motivos que as fizeram viver no exterior”, comentou.
Os recenseadores chegam às residências utilizando credencial (com foto e número de identidade), boné e colete com a logomarca do IBGE. Em caso de dúvida, as pessoas podem ligar para 0800-7218181.
