Com a intenção de reverter o processo de poluição do Rio Belém, que corta a cidade de Curitiba, estudantes de diversos cursos oferecidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) – com o auxílio de crianças do Colégio Estadual Manoel Ribas, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Petrobras – deram início ontem a um trabalho de limpeza das águas. As atividades ocorreram em uma extensão de um quilômetro do rio, da Rua Guabirotuba, nas proximidades do campus Prado Velho da PUC, à BR-476. Os cerca de 150 participantes foram divididos em quatro grupos: das águas, da terra, do reflorestamento e de educação ambiental.
Utilizando-se de roupas especiais e embarcações, os integrantes do grupo das águas entraram no rio para recolher o lixo trazido pela correnteza. Foram retirados da água garrafas PET, latinhas de alumínio, materiais plásticos e matéria orgânica. Os produtos eram repassados ao grupo da terra, que fazia uma análise do lixo e organizava a separação dos materiais. “A maior parte do lixo encontrado é jogado por pessoas que vivem nas proximidades do rio. Nossa intenção é fazer um trabalho nas escolas próximas ao Belém para conscientizar as crianças a não utilizarem o rio como lixão. A idéia é que elas se transformem em multiplicadoras de informações, repassando o conhecimento a seus pais”, explicou o professor de Engenharia Ambiental e coordenador dos trabalhos, Arnaldo Müller.
A equipe de reflorestamento ficou encarregada de fazer o plantio de mudas de espécies nativas ao longo das margens do rio. Já a de educação ambiental realizou trabalhos junto à comunidade acadêmica não participante com a finalidade de informá-la sobre o processo de degradação dos rios de Curitiba. “Estamos apoiando totalmente e valorizando bastante o trabalho desenvolvido pelos estudantes da PUC. Eles estão realizando um importante trabalho de conscientização e conseguindo mobilizar vários segmentos da sociedade na tentativa de despoluir o Rio Belém”, comentou o secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Sérgio Rasera.
Durante a manhã, o secretário disponibilizou um ônibus do projeto de educação ambiental Olho d?Água – que visa fazer o controle da qualidade da água dos rios que cortam a capital e envolve a participação de estudantes da rede pública de ensino para auxiliar os trabalhos desenvolvidos pelos universitários.
Crianças
Antes de iniciar suas atividades, as crianças do Colégio Manoel Ribas receberam uma bênção especial do bispo auxiliar de Curitiba, dom Ladislau Biernaski. Todas mostravam muita disposição e conhecimento sobre educação ambiental. “Já vi latinhas de refrigerante, fraldas e até bichos mortos dentro do rio. Jogando lixo na água, as pessoas podem pegar muitas doenças graves”, disse o estudante Leonardo Henrique Gonçalves, de 9 anos.
Já Patrik Ernandes Alves do Santos, de 12, contou que estava participando das atividades de limpeza porque gostaria muito de poder brincar nas águas do Belém sem colocar em risco a própria saúde. “O rio é muito sujo. Eu queria poder nadar e ver peixes, mas do jeito que a água está não é possível”, afirmou.