Neste primeiro semestre as aulas vão
se estender até fevereiro de 2003.

Os cerca de setecentos alunos do curso de Direito do Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade), de Curitiba, iniciaram ontem o ano letivo. Depois de uma batalha judicial entre a instituição e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que durou quase três meses, os alunos finalmente puderam começar o curso. Neste primeiro semestre os alunos terão aulas até fevereiro, quando será possível recuperar os duzentos dias de aula que eles perderam.

Para o acadêmico Régis Passos de Souza, começar o curso de Direito é a realização de um sonho. Ele prestou vários vestibulares, inclusive no interior de São Paulo, mas não se conformava com o fato de poder perder a vaga em Curitiba. Para Régis todo esse processo judicial provocado pela OAB estaria mascarando interesses políticos. “Não adianta eles quererem se defender dizendo que fizeram isso para defender o mercado. A seleção dos bons profissionais vai acontecer de forma natural, basta ver hoje quando 70% dos alunos não passam no exame da Ordem”, disse o acadêmico.

A mesma opinião tem Giovani Carvalho, que já havia prestado quatro vestibulares para Direito. Para o acadêmico, a ação da OAB tinha a intenção de defender o interesse de outras instituições de ensino que também oferecem o curso. “Como o Uniandrade oferece uma excelente estrutura vai acabar atraindo alunos de outras instituições para cá, e é isso que eles não querem”, afirmou.

A preocupação com o número de vagas ofertados pelo centro universitário não seria motivo suficiente para a Ordem dos Advogados tentar impedir o ingresso dos alunos, avalia a acadêmica de Direito, Celine Beraldo. Ela conta que estava desanimada com a situação, e que ficou surpresa com a notícia do início das aulas. Celine, que é psicopedagoga, resolveu fazer Direito por achar que é uma profissão que abre um leque de opções para outros campos de atuação. Surpresa também ficou Jaqueline Cervantes, que pensou que não entraria na faculdade esse ano. “Estou super-feliz, pois esse foi meu segundo vestibular e acho que fiz a escolha certa”, afirma.

Briga

O coordenador do curso de Direito, Noel Samways, garantiu que as aulas seguirão normalmente até que sejam recuperados os duzentos dias do ano letivo que os acadêmicos perderam enquanto a instituição brigava na Justiça pela garantia das vagas. Segundo ele, o processo judicial terá segmento, mas isso não irá interferir nas aulas.

Na semana passada, o Uniandrade conseguiu uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que revogou a suspensão da matrícula dos aprovados, que havia sido conquistada através de uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O relator do processo no STJ, ministro José Delgado, concedeu uma liminar ao centro universitário para que a instituição desse seqüência ao processo seletivo e de matrícula. Ainda será analisada se a OAB tem legitimidade para promover a ação, que tentar vetar a criação do curso de Direito e impedir o aumento de vagas.

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