A importância de se diagnosticar a hanseníase de maneira precoce é o tema da campanha de prevenção da doença neste ano, que começou ontem. As informações sobre como a enfermidade afeta os doentes podem contribuir ainda mais para a queda no número de pessoas atingidas pela hanseníase. No ano passado, o Paraná registrou 1,3 caso para cada dez mil habitantes. Em 2004, o índice era de 1,4. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera uma área eliminada de hanseníase quando há o registro de um caso a cada dez mil pessoas.
Os sintomas da hanseníase são: manchas na pele, dores pelo corpo, dormência e formigamento nos membros. Apesar de a doença ter cura, a evolução da hanseníase pode causar deformidades. A enfermidade é transmitida pelo ar, depois de um contato direto e prolongado com a pessoa que está contaminada pelo bacilo de Hansen e ainda não foi tratada. A doença, que não é hereditária, afeta os nervos periféricos e a pele.
A coordenadora estadual do programa de eliminação da hanseníase da Secretaria de Estado da Saúde, Nivera Stremel, explica que a campanha divulga os sinais, os sintomas e a cura da doença, com a intenção de orientar as pessoas a procurarem um posto de saúde assim que tiverem alguma suspeita. "O grande objetivo é o diagnóstico ainda na fase inicial da doença. Estamos pedindo para que cada pessoa que receba o material educativo repasse o conteúdo para outras cinco pessoas, para se criar uma corrente de informações", afirma.
O tratamento contra a hanseníase é gratuito e encontrado em todos os postos de saúde. "A doença era erroneamente conhecida como lepra. Ainda há um pouco de preconceito, mas é importante as pessoas saberem que a hanseníase tem cura. Hoje já se sabe que a medicação é muito eficaz", comenta Nivera. O tratamento para o doente em estágio inicial dura seis meses. Nos casos com uma evolução adiantada, o acompanhamento leva um ano. A campanha para a eliminação da hanseníase conta com o apoio da atriz Solange Couto e da ginasta Daiane dos Santos. Elas marcaram presença, ontem à tarde, em uma tenda montada na Boca Maldita, centro de Curitiba, para divulgar informações sobre a doença.