O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), manifestou há pouco solidariedade "às vítimas inocentes do processo cruel" da criminalidade no Rio de Janeiro, mas garantiu que a política de confronto com os criminosos, que tem resultado na morte de civis provocadas pela própria Polícia, vai continuar. Cabral Filho citou os dois policiais militares metralhados de madrugada enquanto estavam em um carro da Polícia Militar na Lagoa, e também duas pessoas mortas por engano por policiais militares nas últimas duas semanas, o menino João Roberto Amorim Soares, de três anos, e o administrador de empresas Luiz Carlos Soares da Costas.

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O governador, que participou de cerimônia de entrega de 97 carros de Polícia no Centro de Aperfeiçoamento e Formação de Praças da PM, ressaltou que a Polícia "vai continuar enfrentando a criminalidade". "Os episódios mostram que a criminalidade é grave e tem que continuar sendo enfrentada. Não tem recuo da política de combate à criminalidade. Quem acha que pode enfrentar bandidos, fortemente armados com fuzis e granadas, apenas com discurso está equivocado", afirmou.

Em seu discurso para dezenas de praças e oficiais, ele solidarizou-se com a corporação pela morte dos dois PMs. Compareceram à solenidade, 11 secretários de Estado, além do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, numa manifestação de solidariedade à política de segurança do Estado, que tem sido muito criticada nos últimos dias.

Beltrame irritou-se quando lhe perguntaram sobre a morte de inocentes em perseguições de policiais militares a criminosos. "Ninguém autoriza nem autorizará ninguém a matar. O que provocou esses episódios foram bandidos, foram criminosos, acostumados há décadas a usarem, a portarem (armas) a hora que quiserem e onde quiserem. Ninguém está dando carta branca para matar".

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