A campanha “Não vou pagar o pato” foi lançada na manhã deste domingo (13) no Paraná pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). A manifestação contra o aumento de impostos aconteceu na Boca Maldita em Curitiba e reuniu lideranças do setor empresarial e produtivo do estado em volta de um pato de 12 metros, utilizado na divulgação da campanha. Durante o protesto, adesivos e dois mil e quinhentos patos infláveis foram distribuídos aos cerca de 200 participantes. A campanha foi criada pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) em setembro, com a eminência da volta da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), extinta há oito anos, para equilibrar as contas públicas. Com a volta do imposto, o governo pretende arrecadar R$ 32 bilhões.
De acordo com o presidente da Fiep, Edson Luiz Campagnolo, a campanha é inovadora e ajuda na conscientização da população sobre a alta carga tributária que incide não só sobre o empresário como no cidadão. “A campanha mostra que ninguém quer pagar o pato sozinho. A omissão do poder público atinge também o bolso do trabalhador, que não consegue mais pagar tantos impostos”, afirmou. Campagnolo destacou que o movimento é apartidário e criticou a política econômica adotada no país atualmente. “A economia atual tole o empreendedor. No Paraná, 9 mil pessoas estão perdendo seus empregos todos os dias. O Brasil vive uma injustiça tributária onde a arrecadação do governo é cada vez maior e os serviços não voltam para a população”.
O engenheiro Pedro Carmona participou da manifestação e acredita que, ao invés de aumentar os impostos, o governo deveria reduzir o número de cargos e de gastos. “O governo precisa fazer a parte dele e reduzir os gastos com a máquina pública. Mas enquanto isso quem paga o pato somos nós”, afirmou. Cláudia Villar, outra participante do protesto, afirmou que a consciência sobre a quantidade de impostos pagos é importante para pedir mudanças no país. “Saber a quantidade de impostos nós sabemos. Mas agora temos uma chance de tentar mudar isto”, afirmou.
A campanha deve ser levada para outras regiões do estado em 2016. Além das mobilizações, os empresários criaram um manifesto que já conta com mais de 1 milhão de assinaturas em todo o Brasil. A intenção é criar um projeto de lei de iniciativa popular para a reforma tributária do país e limitar a carga de tributos em 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, a carga tributária ficaria entre 36% e 40% do PIB.