Com novo coração, bebê vai receber alta

Depois de passar por um transplante de coração, o pequeno Vitor Vizoni Scudeller Ferraza Fogliato, de apenas quatro meses, passa bem e se prepara para receber alta do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. Vitor foi um dos menores bebês já submetidos a transplante cardíaco no País quando fez a cirurgia, há um mês e meio, e pesava menos de quatro quilos.

Vitor nasceu com uma doença congênita chamada cardiomiopatia hipertrófica, que impede a adequada circulação de sangue no coração. Foram quase dois meses de espera na UTI por um doador. O coração veio de um bebê de Porto Alegre, de seis meses de idade. Como a expectativa de vida para portadores dessa doença é pequena, o transplante é uma das únicas chances de sobrevivência.

A primeira cirurgia como a de Vitor foi realizada pelo hospital em 2004. Desde então, foram feitos seis procedimentos do tipo. No entanto, desde 1999 o Pequeno Príncipe é credenciado no Ministério da Saúde para realizar transplantes cardíacos, já tendo implantado cem homoenxertos (válvulas cardíacas retiradas de cadáveres). O primeiro transplante de todo o órgão só aconteceu recentemente porque doações de coração são raras, ainda mais em casos como este, em que o doador precisa ter peso compatível com o receptor.

Os médicos divulgarão hoje mais detalhes sobre o procedimento cirúrgico e a recuperação de Vítor, mas o caso chama a atenção para a carência de doadores de órgãos no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no primeiro semestre deste ano o índice nacional ficou em 5,4 doadores a cada um milhão de pessoas – menos que no mesmo período de 2006 (5,8), 2005 (6,4) e 2004 (7,6).

Vítor, como outros transplantados, teve sorte: ele se encaixa em uma demanda de pacientes que acumula déficit nacional de cirurgias da ordem de 65%.

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