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| Alunos do colégio Anibal Khury: faltam fontes. |
Os alunos do Colégio Estadual Cecília Meireles, no bairro Tarumã, em Curitiba, que precisam ler obras para o vestibular, estão tendo que tirar fotocópias de resumos dos livros cedidos por cursinhos. A situação não é diferente na Escola Estadual Aníbal Khury Neto, no Uberaba. A maioria das cinco mil obras da biblioteca só pode ser pesquisada no local, já que o acervo é pequeno para atender os 1,6 mil alunos. E essa defasagem vem sendo registrada na maioria das escolas do Paraná.
A assistente administrativa do Colégio Estadual Ângelo Gusso, do bairro Boa Vista, Tânia Mara dos Santos Dionísio, diz que é difícil administrar tamanha carência: “Ontem mesmo uma professora indicou A Moreninha (de Joaquim Manoel de Macedo) para três turmas, que somam 160 alunos. Mas a biblioteca só tem quatro livros, e já sei que os alunos vão reclamar”. Segundo ela, o acervo é formado na sua maioria por livros didáticos que são enviados por editoras. E são apenas essas obras que estão disponíveis para empréstimo.
A professora de Educação Artística dos alunos Erislândia, Alessandra, Luciane, Guilherme e Leandro, que estudam no Aníbal Khury, solicitou uma pesquisa sobre cultura, lendas e máscaras. Reunidos na biblioteca da escola, eles reclamaram que não conseguiram achar todas as fontes de pesquisa. E isso acontece com freqüência, afirmam os estudantes. Para conseguir fazer os trabalhos, precisam pesquisar em outros locais. A assistente administrativa da escola, Silvia Prestes Rodacoswiski, afirma que a maioria dos livros da biblioteca é oriunda de doações ou de campanhas feitas dentro da escola. “Quando alguém atrasa a entrega de um empréstimo, a multa é R$ 0,10 ou a doação de livro e gibi”, comentou. Segundo ela, uma média de 70 alunos por dia utiliza a biblioteca da escola para pesquisas e leitura.
No Colégio Cecília Meireles, o maior problema é a falta de livros didáticos dos ensinos médio e fundamental. A responsável pela biblioteca, Regina Munhoz, afirma que a fotocópia se tornou a única forma de atender a demanda da escola. Apesar de dizer que não tem esperanças de mudar essa realidade em curto prazo, Silvia sugeriu que poderia ser feito um convênio com a Biblioteca Pública do Paraná, para o repasse às escolas de obras repetidas, ou que a instituição receba em dobro em doações.
BEM
A Secretaria de Estado da Educação informou que está colocando em prática o programa Biblioteca do Ensino Médio para a Rede Estadual de Ensino (BEM). Lançado no final do mês de maio, a iniciativa prevê a entrega de três mil kits, com 129 títulos cada, para ser distribuídos aos 32 núcleos regionais de ensino. A secretaria está investindo nesse programa R$ 4,2 milhões, com a compra de 387 mil livros. A secretaria informou ainda que, em uma segunda etapa, serão entregues para cerca de 2,2 mil escolas outros 300 títulos, que ainda estão em processo de licitação. Nenhuma das pessoas entrevistadas nas escolas tinha conhecimento desse projeto.