Os coletores de lixo da empresa Transresíduos, que realiza o serviço de coleta de lixo em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), decidiram cruzar os braços desde as 7h30 de ontem.
Com a paralisação por tempo indeterminado, aproximadamente 180 toneladas de lixo devem deixar de ser recolhidas diariamente, prejudicando os cerca de 300 mil habitantes do município.
Os funcionários reivindicam reajuste de 30% no salário e de 15% no vale alimentação, além do fim do banco de horas, que não teria sido avalizado pela categoria. Os grevistas afirmam que foram prejudicados depois que Transresíduos assumiu há nove meses a coleta de lixo no município.
Segundo o presidente da Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação no Paraná (Feaconspar), Manassés de Oliveira, os funcionários foram registrados como ajudantes de motorista, o que teria culminado na perda de benefícios, como auxílio funeral e cursos profissionalizantes, acordados pelo Sindicato de Asseio e Conservação (Siemaco).
Os funcionários querem agora a alteração do registro na carteira de trabalho. “Isso caracteriza desvio de função. Os trabalhadores ficaram indignados quando, no dia 1.º de Maio, apareceu outro sindicato para negociar e acionaram o Siemaco”, afirma Oliveira.
Segundo ele, o registro dos funcionários teria sido feito propositalmente pela Transresíduos a fim de economizar gastos com mão-de-obra. Oliveira, que também é presidente licenciado do Siemaco, informou que tentaria, ainda ontem, agendar uma negociação na Superintendência do Ministério do Trabalho em Curitiba.
Já para o presidente do o Sindicato dos Transportadores de Cargas (Sintracarp), Vicente Venuk Pretko, o paralisação é uma manobra política do Siemaco. Segundo ele, o piso da categoria defendida pelo Sintracarp é superior ao dos trabalhadores representados pelo Siemaco.
“Esse pessoal pertence à nossa categoria, que se refere a transporte de cargas. Temos negociado com o Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná) há 20 anos”, explica.
Já o responsável pela Transresíduos, Antônio Kowalski, revela que a empresa não foi procurada pelo Siemaco, que deliberou indevidamente a greve. “Prestamos um trabalho de utilidade pública, que está sendo impedido por atitude irresponsável”, disse.
A Transresíduos, que atua no município com cerca de 140 funcionários, informou que já solicitou uma liminar alegando a ilegalidade da paralisação. Caso a greve seja considerada ilegal, o Siemaco pode pagar multa pelo tempo em que os funcionários foram proibidos de trabalhar e, caso os funcionários não voltem ao trabalho, podem ser demitidos por justa causa. A Secretaria de Meio Ambiente de São José dos Pinhais informou que aguarda decisão da liminar para tomar providências quanto à coleta de lixo.