Denúncia encaminhada por servidores da Secretaria de Estado da Educação (Seed) ao governador Orlando Pessuti aponta que o Colégio Estadual Ambrósio Bini, em Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), está afundando por problemas da administração anterior do órgão.
Segundo eles, a escola de R$ 3 milhões foi construída em terreno com área cavernosa escolhido durante a gestão de Maurício Requião na Fundepar, entre 1991 e 1994.
Laudos feitos sobre a adequação do solo comprovam que o terreno da escola está situado em região cavernosa. Além disso, os denunciantes dizem que “a grande exploração de água na região contribuiu para o afundamento do Colégio Estadual Ambrósio Bini”, aponta a denúncia.
De acordo com relatório de análise 02/2007, feito pela comissão formada por membros da Seed e da e Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop), foi constatado que a execução e o planejamento inadequados da obra, com estruturas de resistência abaixo do definido e a extração permanente de água subterrânea, foram determinantes para o afundamento do Colégio Estadual Ambrósio Bini.
Desde que foi construído, o colégio já passou por três endereços diferentes. O primeiro é um prédio abandonado, construído em 2002 e interditado já em 2003 devido a problemas estruturais, conforme permanece até hoje.
O segundo se refere a um espaço emprestado de uma outra escola, onde a maior parte dos alunos foi acomodada quando o colégio sofreu interdição. Como não cabia todo mundo no mesmo lugar, um galpão foi alugado para o restante dos estudantes a cerca de 300 metros da primeira parte improvisada.
Atualmente, alguns setores do Colégio Ambrósio Bini funcionam junto com o Colégio Jaci Real Prado de Oliveira, no bairro Jardim Monte Santo, em Almirante Tamandaré.
A utilização do mesmo espaço, no entanto, está causando inconvenientes administrativos aos alunos e professores das duas instituições, segundo denúncia.
A solução para esse problema seria a reforma do prédio original ou a construção de uma nova unidade escolar, cujo possível terreno, no Parque Aníbal Khouri, é objeto de ação popular ajuizada na 3.ª Vara da Fazenda Pública, o que poderia tornar nulo tais atos.
Segundo a denúncia, a reforma custaria pelo menos R$ 9 milhões, enquanto a construção de uma nova unidade sairia por R$ 3 milhões. “É um descaso total com o dinheiro público”, afirma denunciante que prefere não se identificar.
Indignação
Revoltados com a situação do Colégio Ambrosio Bini, professores, alunos e diretoria do colégio estiveram ontem na Seed para cobrar um posicionamento sobre a situação da escola.
Em nota, a Seed informou que expôs os procedimentos que estão sendo tomados para melhorar a situação do Colégio Ambrósio Bini. Segundo a Seed, a expectativa é realmente que a escola seja construída no Parque Aníbal Khouri.
Quanto às questões judiciais da área, a secretaria disse que o processo está na Procuradoria Geral do Estado (PGE), aguardando que o procurador conceda parecer favorável para a construção da escola.
Se for realmente construído nessa área, o projeto arquitetônico da nova escola prevê a construção de 24 salas de aula, casa para zelador e um ginásio de esportes.