A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) iniciou o cadastramento dos moradores de 13 comunidades quilombolas do município de Adrianópolis, no Vale da Ribeira, divisa com o estado de São Paulo, para planejar e definir a construção de moradias para as famílias remanescentes de escravos, que vivem na região há mais de 200 anos.
O cadastramento está sendo feito em etapas pelos técnicos sociais da Cohapar, Sanepar e agentes de campo do Grupo Clóvis Moura, criado em 2005 para integrar as comunidades quilombolas com o Governo do Estado.
“É um trabalho árduo, mas muito gratificante”, disse a técnica da Cohapar, Cristina Casagrande. As comunidades ficam em média 8 quilômetros distantes umas das outras. “Em muitos casos é necessário passar por rios, ponte feita de um tronco de árvore ou pinguelas, andar por dentro da mata, subir e descer morros, pisar na lama quando chove, além das mordidas de insetos”.
A maior parte das famílias vive em condições de pobreza, cultivando alimentos e pequenos animais para o próprio consumo. Muitos ainda moram em barracos de pau a pique misturado com barro, divisórias em bambu, pouca mobília, chão batido e fogão de barro à lenha.