No ano em que completa meio século de existência, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança um uma campanha para discutir e propor soluções para a realidade de fome e miséria em que vive boa parte da população brasileira. O mutirão para superar a miséria e a fome surgiu em abril. A comemoração dos 50 anos da CNBB motivou a entidade a se engajar na luta contra as mazelas sociais do País. Do encontro surgiu um documento intitulado Exigências Evangélicas e Éticas de Superação da Miséria e da Fome.

O documento traz propostas práticas para erradicação da pobreza do Brasil. Dentre elas, está a limitação territorial de propriedades rurais como forma de combater os grandes latifúndios. “Essa é uma bandeira antiga nossa que agora está documentada”, explica o bispo auxiliar dom Ladislau Biernaski, que foi escolhido pelo arcebispo dom Pedro Fedalto para organizar o mutirão no Paraná.

Segundo o religioso, o mutirão está numa fase de conscientização no estado. “Estamos levando isso para as igrejas e para a comunidade”, conta.Passadas as eleições, a CNBB vai buscar diálogo também com a classe política. “O documento será levado para Câmara de Vereadores, Assembléia Legislativa, prefeitos e para o governador”, anuncia o bispo.

Iniciativa

Na Paróquia de Nossa Senhora das Mercês ? a igreja dos frades capuchinhos ?, os resultados do mutirão já começam a aparecer. Os fiéis “adotaram” uma igreja carente, a Paróquia Nossa Senhora da Luz. Segundo o pároco Alvadi Marmenti, 10% do dízimo da Nossa Senhora das Mercês é destinada para a Nossa Senhora da Luz. Com o dinheiro, diversos projetos estão sendo executados na igreja, que fica na região da Vila Verde, uma das mais carentes da cidade. Com a verba a igreja abriu uma turma para alfabetização de adultos, iniciou o ensino de informática e criou uma cozinha comunitária. Também são distribuídas 140 cestas básicas por mês.

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