CNBB contra a poluição e a privatização da água

De hoje até a Páscoa, milhões de brasileiros católicos estarão refletindo sobre o tema da Campanha da Fraternidade da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) deste ano: “Água, fonte de vida”. O lançamento da campanha aconteceu ontem, na Cúria Metropolitana, em Curitiba.

O bispo auxiliar de Curitiba, dom Ladislau Biernaski, explicou que a CNBB escolheu esse tema por causa da grande repercussão que tem tido nos últimos anos. Ele ressaltou que as Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) estão há muito tempo preocupadas com a escassez que pode vir a ocorrer em pouco tempo.

A principal proposta da CNBB será a realização de um abaixo-assinado em todo o País, para que ocorra a revisão da Lei Brasileira de Recursos Hídricos, de 1997. “Em todo o mundo, o panorama deve ser o mesmo: falta de água. A Sanepar afirmou que até o ano 2020, em Curitiba, por causa do excesso populacional, deverá ocorrer racionamento. Isso não pode acontecer. Queremos reafirmar que a água é um patrimônio da humanidade”, diz.

Jelson de Oliveira, a Comissão Pastoral da Terra, afirma que a campanha se divide em dois fios condutores. O primeiro tema é o crescimento da poluição dos mananciais, subsolo e rios. O outro é colocar em debate a privatização das águas, que seria o maior desafio dos próximos anos, ou seja, a água tratada como produto. Quem pode pagar, consome. Quem não pode, fica sem ela.

Durante a campanha, a igreja pretende apoiar várias ações. “O desperdício da água contribui para a escassez, mas o nosso foco se concentra nesses dois pontos. A poluição, que aumenta em todo o Brasil, e o consumo que virou comércio. Acabamos pagando por um litro de água mais caro do que gasolina ou leite. É ridículo”, afirma Jelson.

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