Integrantes do Conselho de Medicina, Associação Médica e Sindicato dos Médicos do Paraná realizam na manhã desta quarta-feira (3) o movimento “Vem pra rua pela saúde”. A manifestação reuniu, segundo a assessoria de imprensa do Conselho Regional de Medicina do Paraná, em torno de dois mil médicos, estudantes e população em geral, na Boca Maldita. Eles realizaram uma caminhada até a entrada do prédio da Universidade Federal do Paraná. O objetivo do protesto foi o de chamar atenção das políticas públicas de saúde às más condições de infraestrutura de trabalho, ausência de plano de carreira e a tentativa de trazer médicos formados no exterior sem passar por exame de proficiência.
Na opinião do presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná Alexandre Gustavo Bley, não existe problema em o governo federal trazer médicos estrangeiros, mas é necessário saber se eles têm condições de atender bem a população brasileira. “Sem problema nenhum, nós temos vários profissionais formados no exterior, só o que não concordamos é que esses profissionais venham sem que haja um processo de análise da suficiência técnica e de suficiência da língua portuguesa”.
Do ponto de vista do presidente da Associação Médica do Paraná João Carlos Gonçalves Baracho, o Brasil é auto-suficiente na quantia de médicos formados. “São mais de 200 escolas médicas, formando 17 mil médicos por ano. Temos médicos concentrados nas capitais. O médico não vai aonde não tem estrutura, como postos de saúde, hospitais gerais e laboratórios”, informa Baracho.
Outro problema apontado pelo presidente do conselho regional de medicina é de que sem direitos trabalhistas garantidos o médico não se sente seguro em trabalhar no interior. “Nós não temos nenhum plano de carreira para ir ao interior e se fixar. O que tem, são contratos por terceirizações, cooperativas, sem direito trabalhista, sem retaguarda. O que nós queremos é que sejam contratados por concursos, com direitos trabalhistas garantidos”, conta o médico.
Outra reivindicação dos profissionais na mobilização é a aprovação da emenda constitucional 29. “Queremos que o governo federal se responsabilize em alocar 10% do orçamento da União para o setor da saúde, assim com os municípios têm a obrigatoriedade de alocar 15% e os estados 12%”, afirma o presidente Associação Médica do Paraná.