Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que precisam se submeter a uma cirurgia plástica reparadora chegam a ficar até dois anos em uma fila de espera. Com o intuito de reduzir esse tempo, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) realizou ontem, em Curitiba, um mutirão de cirurgias. A iniciativa foi promovida como parte da programação da 26.ª Jornada Sul-Brasileira de Cirurgia Plástica, que acontece até sábado, no Hotel Bourbon.
No total, o mutirão contou com a participação de dezesseis cirurgiões plásticos e beneficiou quarenta pacientes carentes atendidos pelo Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Lábio Palatal (Caif) e pelos hospitais Evangélico, Cajuru e das Clínicas (HC).
Os pacientes foram pré-selecionados pelas equipes de ambulatório de cada instituição. “A intenção do mutirão é fazer andar a fila de pacientes que aguardam por procedimentos e mostrar à população que a cirurgia plástica não é apenas estética, mas também reparadora”, declarou o presidente da regional Paraná da SBCP, Cesar Milleo.
No Hospital Cajuru, foram operados pacientes com cicatrizes e sequelas de traumas. No Evangélico, foram beneficiadas pessoas vítimas de queimaduras. No Caif, pacientes com defeitos congênitos. Já no HC, em vítimas de tumores, foram realizadas cirurgias de cabeça e pescoço.
“Os pacientes atendidos hoje (ontem), não têm condições financeiras para realizar as cirurgias de forma particular e estavam em uma fila na qual poderiam ainda aguardar vários meses. Com as cirurgias realizadas através do mutirão, eles devem ter uma melhoria na qualidade de vida, recuperando a saúde e refazendo suas vidas”, disse o presidente da SBCP, Sebastião Guerra.
O mutirão foi realizado pela primeira vez na capital paranaense. No último mês de março, já havia sido promovido na cidade de Goiânia (GO). “A expectativa é de que a iniciativa possa ser estendida para todo o Brasil. É a forma que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica encontrou de dar sua contribuição social”, afirmou Sebastião. No Paraná, existem cerca de 250 cirurgiões plásticos. A maioria deles, de acordo com a regional paranaense da Sociedade, presta atendimentos pelo SUS.